Pobrecitos, los pulpos! Defensores dos direitos dos animais protestam contra criação de polvos em tanques, na Espanha
Ambientalistas qualificam como “cruel” o projeto de uma empresa espanhola para produzir cerca de 1 milhão de polvos por ano, na primeira fazenda destinada a esse tipo de criação. O plano da multinacional de frutos do mar Nueva Pescanova consiste no seguinte: os polvos capturados no mar serão levados para 1.000 tanques, instalados junto ao porto de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, onde serão alimentados e poderão procriar.
Os problemas apontados pelos defensores dos direitos dos animais começam pelo fato de que os polvos estão habituados à escuridão do ambiente marinho. Nos tanques eles serão expostos à luz permanente. Além disso, serão muitos, confinados num espaço pequeno. Mas o pior mesmo é a forma como vão morrer: serão transferidos para recipientes com água a 3 graus negativos, morrendo por congelamento. No fundo do mar, os polvos frequentam águas bastante frias. Mas alternam com outras não tão geladas e têm bastante espaço para se movimentar, ao contrário dos tanques.
Diversas organizações sem fins lucrativos estão se mobilizando para barrar o projeto. Entre elas, o Eurogroup for Animals, que lançou uma campanha contra a iniciativa da empresa espanhola.
Considerados animais muito inteligentes como os gatos, eles são capturados na natureza por meio de linhas e armadilhas da pesca. A pesca do animal segue leis específicas de cada país com o intuito de preservar a fauna e flora local, além de combater a captura predatória ou ilegal.
Há décadas, empresas tentam descobrir o segredo para criar os animais em cativeiros. Os polvos comem apenas alimentos vivos e precisam de um ambiente cuidadosamente controlado. Entretanto, a Nueva Pescanova, anunciou que havia feito uma descoberta científica e enviou recentemente uma proposta à Direção Geral de Pesca das Ilhas Canárias, onde pretende construir a fazenda.
Problema para os oceanos
A morte e a venda dos animais em sacos de gelos é considerado de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal um método de abate cruel, já que a morte é lenta e estressante. Um relatório lançado pela Compassion in World Farming mostrou ainda que a criação de polvos causaria danos ambientais aos oceanos.
Atualmente, o principal sistema de certificação de frutos do mar cultivados, Aquaculture Stewardship Council (ASC), está propondo uma proibição à técnica, a menos que os peixes sejam atordoados de antemão. Nos Estados Unidos, a perspectiva de criação intensiva de polvo já foi discutida e proibida por legisladores do estado de Washington.