CIÊNCIA

Plutão tem um vizinho! Planeta anão com anel desafia as leis da Física

O pequeno Quaoar está situado nos limites do sistema solar e deixa um enigma para os astrônomos

Da redação | 10 de fevereiro de 2023 - 11:15

A descoberta do planeta anão Quaoar, situado além de Netuno e Plutão, nos limites do sistema solar, obrigou os cientistas a rever a chamada “Lei de Roche”, teoria do século 19, aceita pela maioria dos astrônomos. Acontece que o mini planeta tem anéis que, simplesmente, não poderiam existir.

De acordo com a teoria elaborada pelo astrônomo francês Edouard Roche (1820-1883) os anéis de planetas, como os que circundam Saturno, Júpiter e Netuno, só podem existir até uma distância máxima de 1.750 km. Além disso, os anéis, formados por gelo, poeira e rochas, se desfazem para formar outros corpos celestes.

A questão é que os anéis de Quaoar estão situados a 4.100 km de distância. Portanto, pela Lei de Roche, não deveriam existir.

“É uma descoberta inesperada a existência de um novo planeta como anéis em nosso sistema solar. E mais surpreendente é o fato de que os anéis estão situados tão distantes de Quaoar, desafiando as teorias aceitas até agora de como esses anéis se formam”, disse o professor Vik Dhillon, do Departamento de Física e Astronomia, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

Plutão

Representação em computação gráfica do Quaoar. (Crédito: Instituto de Astrofísica de Andaluzia)

Uma equipe internacional de físicos e astrônomos está analisando as imagens feitas pela Hipercam, equipamento extremamente sensível desenvolvido na Universidade de Sheffield e instalado no telescópio de La Palma, nas Ilhas Canárias, um dos postos mais avançados de observação do espaço extraterrestre.

“A utilização da câmera de alto desempenho, a Hipercam foi fundamental para a descoberta, uma vez que o evento durou menos de um minuto e os anéis são muito tênues para serem obseervados”, explicou o professor Dhillon. “Todos nós ouvimos falar sobre Saturno e seus magníficos anéis, desde crianças. Agora, temos a oportunidade de aprender mais sobre como eles se formam e se mantêm”, acrescentou.

O estudo da equipe da Universidade de Sheffield foi publicado pela revista científica Nature.

O crédito da representação em computação gráfica que aparece em nossa home é do Observatório de Paris.

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