ECONOMIA

Pessoas gentis tendem a guardar menos dinheiro

Essas pessoas priorizam as amizades e deixam de se preocupar com os bens materiais

Por: Júlia Castello
Da redação | 6 de março de 2023 - 21:55

Economizar pode ser um desafio para qualquer um, independente da idade, gênero e da classe econômica. Entretanto, um estudo da Universidade de Columbia em parceria com a Universidade do Colorado, ambas nos EUA, mostrou que pessoas com personalidade gentil e agradável têm ainda mais dificuldade para guardar dinheiro.

Com o objetivo de entender o que motiva as pessoas a economizar dinheiro e como ajudá-las, os pesquisadores entrevistaram 6.056 participantes. Todos tinham a meta de economizar pelo menos 100 dólares por mês. Divididos em cinco grupos, cada um recebeu um tipo de e-mail.

Estima-se que os norte-americanos economizam apenas 2,3% de sua renda. (Crédito: Pexels)

O primeiro grupo recebeu e-mails incentivando-os a economizar com uma finalidade que combinasse com seu traço de personalidade. Ou seja, se a pessoa tinha pontuado no teste maiores características de uma pessoa agradável, ela receberia incentivos voltados a isso. De acordo com os pesquisadores, as pessoas mais gentis são as menos propensas a economizar, porque priorizam os relacionamentos pessoais ou a ajuda a terceiros, em detrimento da riqueza material.

“Tentamos pensar em maneiras de motivar as pessoas gentis ​​a economizar mais. Poderíamos simplesmente destacar como economizar dinheiro os ajudaria a proteger seus entes queridos? Isso de repente torna o dinheiro um meio para um fim com o qual eles se importam.” Afirmou a Dra. Sandra Matz, da Universidade de Columbia.

O segundo grupo, recebeu e-mails que não combinavam com sua personalidade e a terceira equipe recebeu mensagens de metas selecionadas aleatoriamente. Já o quarto grupo recebeu mensagens com uma declaração genérica incentivando a economia sem um objetivo específico e o quinto não recebeu nenhum e-mail.

Resultado

Os pesquisadores descobriram que as pessoas tinham 3,5 vezes mais chances de economizar se recebessem e-mails incentivando-as a poupar, num tom que combinasse com seus traços de personalidade. Incluindo inclusive, aquelas com personalidade gentil.

De acordo com um dos autores, Dr. Robert Farrokhnia, era incrível poder comprovar na prática como as abordagens utilizadas na pesquisa, funcionaram. “Estávamos particularmente interessados ​​em ajudar a aliviar alguns dos desafios que as famílias de baixa renda e em dificuldades enfrentam ao administrar suas finanças. A recente recessão econômica, incluindo o aumento dos preços e maiores desafios para atingir as metas de poupança pessoal, tornou essa busca ainda mais importante para nós”, comemorou. O estudo foi publicado na revista científica, American Psychologist.

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