Estudo pode ajudar os geólogos a entender mais sobre o calor do núcleo, que cria condições ideais de vida no planeta
The Washington Post
Durante décadas, os cientistas debateram a natureza e a origem de uma das camadas do núcleo da Terra: a fronteira entre seu núcleo líquido escaldante e o manto sólido que o envolve. Agora, novas medições de 15 estações sísmicas enterradas na neve em toda a Antártica revelaram que essa “enigmática camada” possui quase 3.200 quilômetros de profundidade e pode ter feito parte da superfície.
As novas descobertas, publicadas na revista Science Advances, podem ser a chave para que os pesquisadores entendam como o calor se move pelas várias camadas da Terra. De acordo com uma das principais autoras do estudo, Samantha Hansen, a camada é muito profunda e ainda esconde muitos segredos a serem desvendados.
Esta movimentação é o que torna possível a vida na superfície do planeta. Entretanto, uma das principais dúvidas da comunidade científica ainda permanece: esta camada é contínua ou apresenta espessura variável envolvendo o núcleo?
Como as profundezas do planeta estão fora dos limites para exploração direta, os cientistas medem como as ondas sísmicas geradas por terremotos se propagam pelo interior. Quando essas ondas encontram essa camada limite, chamadas de zonas de velocidade ultra baixa, elas saltam e são desviadas de maneiras que permitem aos geocientistas modelar a estrutura.
A atual pesquisa desta forma representa uma esperança para a compreensão desta camada e outros mistérios que envolvem o núcleo da Terra. “Acho que ainda há muito mais que não sabemos e muito a ser aprendido”, disse Hansen, que destacou a importância de termos o maior número de informações possível sobre o planeta em que vivemos.