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Foto: The New York Times

Os EUA tentam isolar a China, mas empresas alemãs investem bilhões de euros no país

Os chineses são o maior parceiro comercial da Alemanha e só a Volkswagen tem mais de 40 fábricas no país

Da redação | 28 de abril de 2023 - 20:55
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The New York Times 

Enquanto Washington tenta restringir os laços econômicos com Pequim, dois poderosos motores da economia alemã, a Volkswagen e a empresa química Basf, vêm investindo cada vez mais na China. A Volkswagen tem mais de 40 fábricas no país e anunciou que investirá bilhões em parcerias locais e instalações de produção. A Basf, com 30 unidades de produção no país, está avançando com planos de injetar dez bilhões de euros em um novo complexo de produção química, concorrendo em tamanho com a sede, em Ludwigshafen, na Alemanha.

Executivos da Volkswagen e da Basf sabem que tais investimentos vão contra a política dos Estados Unidos. Mas os altos custos de energia e mão de obra deixaram a montadora em uma posição dependente das vendas chinesas para fechar a conta. Assim como os alemães dependem de Pequim para os negócios prosperarem na Europa.

Martin Brudermüller, executivo-chefe da Basf, ressaltou a importância da parceria com os chineses, “sem os negócios na China, a reestruturação necessária aqui não seria possível. Cite um único investimento na Europa com o qual poderíamos ganhar dinheiro”, disse Brudermüller em coletiva.

EUA tentam isolar China

A Basf planeja gastar 10 bilhões de euros em um novo complexo de produção química na China. (Crédito: New York Times)

O governo Biden prometeu tornar os Estados Unidos mais competitivos com a China mediante a expansão da infraestrutura e da produção, em vez de negociar novos acordos comerciais. Parlamentares alemães e líderes empresariais deixaram claro que a relação com a China é muito lucrativa. É uma política desenvolvida depois de um ano contundente em que a Rússia interrompeu o envio de gás natural para a Alemanha, essencial à sua base industrial. Neste caso, a dependência alemã das importações chinesas é um grande problema.

O país europeu depende do fornecimento chinês de produtos tecnológicos essenciais, incluindo telefones celulares e LEDs, bem como de matérias-primas, incluindo lítio e metais de terras raras. Isso é crucial para os planos da Alemanha de fazer uma transição para energia e transportes mais limpos.

Com 298 bilhões de euros em vendas de comércio exterior no ano passado, a China tem sido o maior parceiro comercial dos alemães há sete anos consecutivos. Mas o déficit comercial da Alemanha com a China vem aumentando cada vez mais, tendência que piorou durante a interrupção da cadeia de suprimentos causada pela pandemia do coronavírus. No ano passado, as importações da China cresceram em um terço, para 191 bilhões de euros, enquanto as exportações aumentaram apenas três por cento, para 107 bilhões de euros.

A Alemanha há muito tempo domina as relações com a China na indústria automobilística. As montadoras alemãs, incluindo a BMW e a Mercedes-Benz, vendem cerca de um terço de todos os veículos que produzem na China, superando as vendas em toda a Europa ocidental. Mas dados recentes mostram que os alemães parecem estar perdendo o controle sobre o mercado chinês, sobretudo com o aumento da popularidade dos veículos elétricos produzidos internamente.

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