INTERNACIONAL

Os detalhes do voo secreto de Zelensky a Washington

Boeing que cruzou o Atlântico foi escoltado pelos serviços de inteligência para evitar sabotagem

Por: Carlos Taquari
Da redação | 22 de dezembro de 2022 - 15:42

Diplomatas norte-americanos, agentes dos serviços de inteligência dos EUA, Ucrânia e OTAN – a aliança militar do Ocidente – planejaram durante meses a viagem do presidente ucraniano, Volodimyr Zelensky a Washington, iniciada nesta quarta-feira. Mas a confirmação da viagem só ocorreu dez dias antes da partida. Tudo isso para evitar que agentes do serviço secreto da Rússia pudessem tentar algum ato de sabotagem contra Zelensky, hoje tido como o inimigo número 1 do Kremlin.

Não foram divulgados todos os detalhes da viagem, mas sabe-se que, inicialmente, Zelensky deixou a capital, Kiev, com destino à cidade de Bakhmut, no Leste da Ucrânia. De lá, ele seguiu de trem para a Polônia e, em seguida, embarcou num voo para Potsdam, na Alemanha, onde fica uma base militar dos Estados Unidos.

Em Potsdam, uma frota secreta da OTAN, com aviões de espionagem e caças-bombardeiros foi organizada para escoltar o Boeing C-40 Clipper, do governo dos Estados Unidos, que cruzou o Atlântico, transportando Zelensky até Washington.

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Ao passar por Bakhmut, Zelensky recebeu uma bandeira com a assinatura de soldados do batalhão fronteiriço que ele entregou à presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos. A bandeira foi um presente dos soldados para agradecer a ajuda militar e financeira do governo norte-americano à Ucrânia.

Discurso no Congresso 

Em sessão conjunta da Câmara e Senado dos EUA, Zelensky foi homenageado por sua determinação em resistir à agressão da Rússia que invadiu o país há dez meses, provocando um conflito que já deixou milhares de mortos e centenas de feridos, além de enorme sofrimento para a população ucraniana, exposta ao frio e à escassez de alimentos.

No discurso de agradecimento, Zelensky afirmou que o dinheiro doado pelos Estados Unidos à Ucrânia “não é uma caridade, mas um investimento na segurança global e na democracia”. Pouco antes da chegada do presidente ucraniano, o governo norte-americano anunciou um pacote de ajuda ao país, no valor de 1,8 bilhão de dólares. O pacote inclui a entrega dos sistemas de defesa anti-aérea Patriot, decisão que provocou forte reação em Moscou. Um porta-voz do Kremlin declarou que esse fato provoca uma perigosa escalada no conflito.

 

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