Ao aprovar o uso recreacional de maconha, em 2014, o legislativo do Oregon – o primeiro Estado a tomar esta decisão nos EUA – esperava reduzir a produção e o tráfico ilegal da droga. Aconteceu exatamente o contrário. O plantio e venda fora dos padrões estabelecidos pela legislação adotada em 2014, passou de 9 toneladas em 2019, para 105 toneladas, em 2022. Os dados são da força-tarefa para controle do tráfico de drogas ilegais de Oregon.

Diante desse quadro, os legisladores do Estado já elaboraram um projeto a ser votado em Janeiro, que prevê penas rigorosas para quem traficar ou fizer uso da droga acima do previsto em lei. As sentenças podem chegar a 10 anos de prisão e multas de até 250 mil dólares (cerca de 1,3 milhão de reais).

De acordo com a legislação local, uma pessoa pode levar até 57 gramas de maconha se estiver em local público. Ou 227 gramas, em sua casa. Quanto ao plantio, para ficar nos limites da lei, o produtor não pode ter mais de 100 pés da planta em sua propriedade.

Ao decidirem impor novas restrições a esse tipo de comércio, os legisladores do Oregon também levaram em conta que as plantações de maconha utilizam grandes quantidades de água, em áreas drasticamente afetadas pela seca. Além disso, contaminam o solo e contratam imigrantes por salários irrisórios, forçando-os a trabalhar em condições precárias. Segundo as autoridades locais, os donos dessas plantações confiscam os documentos dos imigrantes, para impedi-los de deixar as propriedades.

Em apenas uma das ações da polícia local contra esses produtores, foram apreendidas 35 toneladas de maconha, na região de Yamhill County, a sudoeste de Portland. Esta área, em outros tempos, era conhecida pela produção de vinhos com a uva Pinot Noir. Mas as vinhas foram substituídas por maconha, pelos novos proprietários.

Em novembro, os Estados de Maryland e Missouri também aprovaram o uso recreacional de maconha, elevando para 21 o número de Estados norte-americanos que adotaram esse tipo de medida.