Países ocidentais discordam da postura da China e pedem que Pequim use sua influência para exigir a retirada das tropas russas da Ucrânia
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, alertou a China para que não envie armas para a Rússia. A declaração foi dada nesta quinta-feira (02/03) no momento em que a Alemanha e outros países da OTAN estudam medidas futuras para garantir a segurança na região do leste europeu.
“É claro que vamos ajudar a Ucrânia a alcançar a paz”, disser o chanceler na tribuna do Bundestag, o parlamento alemão. “É por isso que estamos discutindo com Kiev e outros parceiros futuros compromissos de segurança para a Ucrânia”, explicou Scholz. Na sexta-feira, o líder alemão se reunirá com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, e este será um dos principais temas do encontro.
Entretanto, Scholz argumentou que as promessas de segurança pressupõem, imperativamente, que a Ucrânia se defenderá com todos os meios disponíveis na guerra, e que a Alemanha manterá a ajuda militar à Ucrânia.
Durante o discurso no parlamento alemão, o chanceler fez um questionamento. “A questão permanece: Putin está pronto para negociar um retorno aos princípios e uma paz justa? No momento, não há nada que sugira isso”, disse Scholz.
Com relação à suspeita de que a China pode fornecer armas para a Rússia, o chanceler foi direto. “Minha mensagem para Pequim é clara: use sua influência em Moscou para exigir a retirada das tropas russas. E não forneça armas ao agressor russo”, alertou Scholz.
Desde o início da guerra, a China adotou uma postura de suposta neutralidade, não condenou a invasão russa no território ucraniano, mas reforçou a narrativa de Moscou de que a responsabilidade pelo início da guerra é dos Estados Unidos e da OTAN.
Pequim mantém relações próximas a Moscou. Empresas estatais chinesas venderam drones não letais e outros equipamentos à Rússia e Ucrânia, da mesma forma que Moscou recorreu ao Irã para conseguir armas.
O governo chinês se ofereceu para mediar os conflitos e chegou a apresentar um documento com 12 pontos para alcançar a paz, incluindo o respeito à soberania territorial dos dois países.