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O ouro de Moscou, sem os cofres do JPMorgan, busca outros portos seguros

Russos produzem tanto ouro que o mercado local e o banco central do país não conseguem absorver

Da redação | 2 de maio de 2023 - 20:55
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Bloomberg

A cada ano, as minas da Rússia produzem uma quantidade de ouro avaliada em 20 bilhões de dólares. Diante do volume acumulado nos últimos anos e da capacidade limitada do mercado local, dezenas de importadores se encarregam de comprar o metal e levá-lo para outros países.

Em outros tempos, grandes carregamentos de ouro russo eram levados de navio para cidades como Londres. Lá, o destino final eram os cofres do JPMorgan, HSBC e outros grandes bancos. Mas, após as sanções impostas pelos países ocidentais ao comércio com a Rússia, as barras de ouro russo se tornaram um tabu, em alguns mercados, onde os operadores querem distância desses produtos.

Agora, esse ouro é levado para os Emirados Árabes Unidos, Hong Kong e Turquia, onde não existem restrições. O rastreamento desses embarques é acompanhado por empresas especializadas como a ImportGenius. Os Emirados Unidos lideram nos embarques, com cerca de 500 milhões de dólares transportados, só no ano passado.

Após a entrada nesses mercados, o ouro acaba sendo comercializado por diversas empresas e acaba se misturando com o produto de outras origens e, então, pode ir parar em países da Europa Ocidental. Nesses casos, os operadores escapam das sanções. Entre as empresas que operam nesse mercado destacam-se a Plumetal International e a Polyus PJSC.

ouro de Moscou

O ouro de Moscou: empresas levam para países fora da Europa Ocidental, para contornar as sanções. (Foto: Pixabay/Pexels)

O transporte global de metais preciosos é dominado por empresas de segurança, como a Brink’s e a Loomis, que suspenderam os embarques procedentes de Moscou, após a aplicação das sanções.

O espaço foi rapidamente preenchido por empresas como a VPower Finance Security, que tem sede em Hong Kong e transporta grandes volumes de dinheiro e ouro para os maiores bancos da China. Em poucos meses, essa empresa já transportou mais de 300 milhões de dólares em ouro da Rússia para Hong Kong.  Esse volume representa um quarto dos 1 bilhão e 200 milhões de dólares em ouro russo depositados no JPMorgan, apenas nos dois primeiros meses de 2022, antes das sanções entrarem em vigor.

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