SAÚDE
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O medo de perder o emprego para a Inteligência Artificial

Diante do avanço das novas tecnologias, especialistas em RH dizem que só há um caminho a seguir

Por: Júlia Castello
Da redação | 18 de abril de 2023 - 20:55
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Diante do avanço da Inteligência Artificial em todos os setores de trabalho, cresce em todo o mundo a insegurança entre as pessoas que temem ser substituídas pelos robôs. Um levantamento publicado pelo grupo Goldman Sachs indica que a inteligência artificial pode vir a substituir 300 milhões de trabalhadores em tempo integral. A possibilidade de que isto se torne realidade e, com o desenvolvimento, cada vez mais rápido, tem gerado o que os pesquisadores chamaram de “AI-Anxiety”, ou “Ansiedade- IA”. O termo se refere aos relatos de pessoas que se sentem ansiosas em relação ao seu futuro profissional.

Para enfrentar esta situação, especialistas em Recursos Humanos acreditam que os trabalhadores só têm um caminho a seguir: ao invés de entrar em pânico, eles devem tentar aprender novas práticas que permitam transformar as novas tecnologias em aliadas e não em concorrentes. É preciso considerar esse momento como uma oportunidade para o aprendizado, de forma que o funcionário se torne útil para o eventual empregador, como um aliado da Inteligência Artificial.

Carolyn Montrose, pesquisadora na área de Recursos Humanos, da Universidade de Columbia, em Nova York, admite que o avanço tecnológico pode ser preocupante. Mas pior que isso, segundo Montrose, são as pessoas que se assustam, mas não tomam providências. Para ela, “é preciso optar entre ficar ansioso ou se empoderar para dominar as novas tecnologias e tirar vantagem delas”.

Scott Likens, analista da PriceWaterhouseCoopers, concorda com Montrose. “Educação e Treinamento são a chave da questão para os empregados. É preciso aprender sobre as novas tecnologias, desenvolver habilidades e aproveitar para crescer profissionalmente”, afirma Likens.

É preciso descobrir novas habilidades para utilizar a IA como parceira. (Foto: Pexels)

É preciso descobrir novas habilidades para utilizar a IA como parceira. (Foto: Pexels)

Divulgação excessiva

Atualmente, as taxas de sucessos de programs com IA tem impressionado não apenas o meio acadêmico, como é cada vez mais comum ler nas manchetes da imprensa do mundo todo. De acordo com um levantamento da Universidade Brigham Young, em Utah, nos Estados Unidos, os robôs não estão substituindo os trabalhadores humanos na taxa que a maioria das pessoas acredita.

O uso da inteligência artificial já está inserida no dia a dia, mesmo que as pessoas não percebam. O professor de sociologia, Eric Dahlin, responsável pesquisa, cita por exemplo, as ferramentas de automação, como atendimentos, pesquisas por voz, entre outras coisas.

Alertas e soluções

Apesar que recentes as pesquisas sobre as consequências de ferramentas polêmicas, como o ChatGPT, grande parte da tecnologia a sociedade já conhece e utiliza, como complementação e não substituição. Profissionais da saúde, que tratam principalmente de distúrbios como ansiedade e depressão, explicam que a insegurança possui justificativas, mas que ela pode ser controlada.

Para o especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, a substituição, por mais que possível, não será concretizada. Ele afirma que além de não ser sustentável, esta tendência pode ser perigosa. “A tecnologia sempre será um amplificador das possibilidades, é ferramental, que pode ajudar a pessoa a fazer determinadas coisas, mas esse viés da substituição sempre trará problemas”, explica.

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