SAÚDE
O boom da automedicação

Automedicação, um hábito que não para de aumentar

Profissionais da saúde lutam para explicar conteúdos científicos e alertar contra essa prática

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 17 de setembro de 2022 - 22:00
O boom da automedicação

Um remedinho para dor de cabeça aqui, outro para uma azia lá, e por aí vai. A automedicação faz parte do costume brasileiro. Durante a pandemia da Covid-19, o hábito de tomar remédio por conta própria aumentou de forma expressiva e preocupante. Segundo o Conselho Federal de Medicina, em 2021, 77% dos brasileiros faziam uso de medicamentos sem qualquer orientação médica.

De acordo com um levantamento realizado pela consultoria IQVIA, houve um crescimento de 180% nas vendas de vitamina C, e 35,6% da vitamina D, no primeiro ano pandêmico. A compra de medicamentos para insônia também aumentou para 40%. A hidroxicloroquina, embora indicada para doenças reumatológicas, como lúpus eritematoso e artrite reumatoide, malária, ou como tratamento profilático em doenças dermatológicas, acabou sendo utilizada de forma errônea contra a Covid. E por isso teve alta de cerca 68%.

Leia também:
Inteligência artificial pode levar à extinção da humanidade, alertam especialistas
Baleia Beluga suspeita de espionar para a Rússia

O boom da automedicação

Diante de todo esse boom da automedicação, parte dessa população não teve bons resultados com a prática.  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) calcula que, em 2021,  18% das mortes ocorreram por envenenamento e podem ser atribuídas à automedicação.

Médicos se tornam digitais influencers

Diante da procura um milagre pela cura da covid-19, os profissionais da saúde passaram  a fazer postagens explicativas, reels (vídeos curtos) e lives (transmissão ao vivo pelas redes sociais) para poder clarear a mente das pessoas, que, por conta do medo e desespero, correram para comprar remédios de forma exagerada nas farmácias. E, o pior, tudo com base em Fake News.

A Dra. Ana Escobar, Pediatra e Professora da USP, conta que, com a grande quantidade de notícias sobre a doença, as pessoas ficaram perdidas em relação ao que deviam acreditar, já que era tudo muito novo. E o Whatsapp dela bombava de mensagens. Por isso, ela se empenhou nas tentativas de esclarecer as pessoas.  Com toda a repercussão na mídia e nas redes sociais, hoje ela acumula 652 mil seguidores no Instagram.

 

Acompanhe um pouco mais da entrevista feita com a Dra. Ana Escobar:

O boom da automedicação

+ DESTAQUES