INTERNACIONAL
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O risco de uma nova recessão mundial

Perspectiva negativa agrava-se com últimos números dos EUA

Por: Ismael Pfeifer
Da redação | 2 de agosto de 2022 - 15:27
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A recém-anunciada retração do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos por dois trimestres consecutivos confirmou o temor dos analistas internacionais do risco iminente de uma nova recessão mundial.

Depois do período mais agudo da pandemia de Covid, que freou o consumo e a produção de bens pelo planeta em 2020 e do início da recuperação internacional, em 2021, a invasão da Ucrânia no início do ano pela Rússia jogou um novo balde de água fria na economia mundial.

De início, a invasão determinada por Vladimir Putin à Ucrânia abalou sobretudo a economia europeia, vizinha ao confronto e muito dependente do gás russo. Mas, agora, a guerra, sem solução no curto prazo, impacta duramente a produção americana e reforça o risco de uma recaída do mundo na recessão.

Cenário para o Brasil

No Brasil, foram divulgados alguns bons novos indicadores em julho. O FMI elevou a previsão de crescimento para 1,7% este ano — contra expectativa, em abril, de 0,8%. Já o Banco Central reduziu a previsão de inflação, de 8,2% no final de junho para 7,9% no mês passado. Mas esses números podem acabar afetados, persistindo a nova perspectiva internacional.

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Além dos países europeus e dos Estados Unidos, também a China está este ano em ritmo de crescimento menor. Em 2021, o país cresceu 8,1% e para 2022 o FMI projeta 3,3%. Nessas economias estão pelo menos 60% do total das exportações brasileiras.

Retração surpresa nos EUA

A retração da economia americana pelo segundo trimestre seguido, baseada nos dados do BC americano, chegou a surpreender analistas. A previsão para o último trimestre era de crescimento positivo de 0,5%, mas o resultado efetivo ficou em -0,9%. Para 2022 fechado, o FMI ainda prevê crescimento de 2,3% para economia americana, o que será menos da metade na comparação a 2021, quando a expansão do PIB foi de 5,7%.

Entre os principais parceiros brasileiros na Europa, a Alemanha tem previsão de expansão do PIB de apenas 1,2%, contra 2,9% em 2021, a França, de 2,3%, um terço em relação ao ano anterior, e a Espanha 4%, abaixo dos 5,1% do ano passado.

Rússia, a maior perda

As perspectivas negativas incluem, obviamente, a própria Rússia, outro parceiro comercial forte do Brasil, cuja economia foi abalroada pela guerra iniciada pelo presidente Vladimir Putin: a previsão do FMI é de uma retração este ano de 6,0%, contra um crescimento no ano passado de 4,7%.

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