ECONOMIA

Nos Estados Unidos, milhares de empregos que ninguém quer

Empresas não conseguem preencher inúmeras vagas existentes nos mais diversos setores

Por: Carlos Taquari
Da redação | 13 de setembro de 2022 - 18:09

Lojas de varejo, atendentes em aeroportos, bares, restaurantes, empresas de transporte que precisam de motoristas de caminhão, hospitais e clínicas de saúde. Esses são apenas alguns setores que dispõem de dezenas de milhares de vagas, nos Estados Unidos. Salários baixos, condições precárias e, acima de tudo, a falta de perspectivas de crescimento profissional, são os principais motivos que levam as pessoas a abandonarem esses empregos, abrindo vagas que, dificilmente, serão preenchidas.

Dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos revelam que, em alguns setores, as vagas estão abertas há anos e, apesar das tentativas dos empregadores, não aparecem candidatos. O setor de bares e restaurantes é um dos mais afetados, entre outros motivos, porque os salários nesses estabelecimentos estão entre os mais baixos.

O salário médio neste setor, para uma pessoa que esteja começando, é de US$23.960/ano, de acordo com os dados do Escritório de Estatísticas, do Departamento de Trabalho. (Em reais, o valor seria de R$120 mil/ano, aproximadamente). Se, para uma única pessoa o valor já seria muito baixo, quando se trata de uma família, isto significa permanecer abaixo da linha de pobreza, nos Estados Unidos que, atualmente, é de US$26.500.

Emprego nos Estados Unidos

Bares e restaurantes empregos que ninguém quer. Crédito: Pexels.

Não bastasse os baixos salários, as jornadas de trabalho são longas e os descansos nos finais de semana muito raros. Para completar, as despesas com moradia, transporte e filhos sempre superam os ganhos.

Os números do Departamento também apontam os setores onde há maior abandono dos postos de trabalho: bares, restaurantes e hotéis ocupam o primeiro lugar na lista, seguidos por lojas de varejo e indústrias de manufatura.

Os dados oficiais indicam um quadro preocupante para a economia, quando se trata da falta de reposição nas vagas existentes. Em 2021, 86.3% dos trabalhadores de bares, restaurantes e hotéis abandonaram seus empregos e menos de metade das vagas foram preenchidas. No varejo, o número foi 64.6% e no setor manufatureiro 40%, sempre com baixa reposição. Além dos baixos salários, as principais alegações dos que se demitem referem-se à falta de segurança, condições precárias nos locais de trabalho e a questão da estabilidade num emprego mal remunerado.

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