Atacante brasileiro responde a processo por fraude e corrupção na transferência do Santos para o Barcelona em 2013
Um dia após garantir a vitória do Paris Saint-Germain contra o Olympique de Marseille, pelo Campeonato Francês, o atacante Neymar enfrenta o seu maior desafio fora de campo: o julgamento final do caso que investiga irregularidades em sua polêmica contratação pelo Barcelona em 2013.
Neymar esteve em um tribunal em Barcelona, na Espanha, nesta segunda-feira (17/10), acompanhado pelos pais, que também são processados, e pelos advogados de defesa. O jogador permaneceu duas horas na audiência, mas acabou sendo dispensado pelo juiz.
O julgamento acontecerá em sete audiências, entre os dias 17 e 31 de outubro, e Neymar será convocado para prestar depoimento, provavelmente na sexta-feira (21/10), antes do veredicto.
A disputa judicial envolve a transferência de Neymar, em 2013, quando o atleta deixou o Santos para atuar no Barcelona. A ação foi movida há 7 anos pelo grupo DIS, um fundo de investimento que era dono de 40% dos direitos econômicos do atleta quando ele ainda era uma promessa no clube paulista.
O fundo alega que houve fraude e corrupção na transferência do jogador, e que não recebeu a quantia legítima da transferência, porque o verdadeiro valor do negócio teria sido ocultado.
Para os advogados do grupo econômico, o custo real da transação entre Santos e Barcelona foi de 82 milhões de euros, mas o valor oficial declarado da operação foi de apenas 17 milhões.
A defesa de Neymar sustenta que o jogador não cometeu nenhum crime e questiona a competência da justiça espanhola para julgar o caso, uma vez que a transferência envolveu um jogador brasileiro oriundo de um clube brasileiro.
Além do atacante brasileiro, também são réus no processo os pais do jogador, Neymar da Silva Santos e Nadine Santos, os ex-presidentes do Barcelona, Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu, bem como o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho.
Três empresas também são apontados no polo passivo da ação, o FC Barcelona, o Santos FC e a NR Sports, empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar a carreira do jogador.
O Ministério Público da Espanha pede a aplicação de uma pena de prisão de 2 anos e multa de 10 milhões de euros para Neymar. Os promotores de justiça também buscam uma pena de 5 anos de prisão para o ex-presidente do clube espanhol Sandro Rosell e uma multa de 8,4 milhões de euros para o clube catalão.
O fundo de investimento brasileiro havia pedido uma pena mais dura para Neymar, 5 anos de prisão e uma multa de 149 milhões de euros, quinze vezes maior que o proposto pelo MP Espanhol. Além disso, os investidores exigiam que Neymar fosse impedido de jogar pelo tempo que durar a sentença a ser proferida pelo tribunal espanhol.