Satélite ajuda pesquisadores a analisar a emissão e remoção dos gases de efeito estufa em 100 países
Um novo mapa feito com base em informações levantadas por satélites da NASA aponta os países que mais emitem CO2, o dióxido de carbono, o gás que se acumula na atmosfera terrestre, criando o chamado efeito estufa.
China e EUA lideram a lista, seguidos por Índia, Indonésia, Malásia, Brasil, México, Irã, Japão e Alemanha. O Reino Unido não está muito atrás de algumas dessas nações, junto com o resto da Europa Ocidental, Austrália, Cazaquistão, grande parte do norte da África, África do Sul, Chile, Tailândia e Filipinas.
Medições de satélite da missão Orbiting Carbon Observatory-2 (OCO-2) de observação da Terra da NASA e uma rede de observações de superfície ajudaram a montar o projeto piloto. Com base nesses dados, os cientistas calcularam quanto dióxido de carbono está sendo emitido em cada país, bem como quanto é removido da atmosfera por florestas, rios e solos dentro de suas fronteiras. O estudo internacional, com dados de 2015 a 2020, fornece uma nova visão para os pesquisadores, pois acompanha as liberações de combustíveis fósseis e as mudanças totais no “estoque de carbono nos ecossistemas.
“A NASA está focada em fornecer dados de ciências da Terra que abordam os desafios climáticos atuais. Queremos ajudar governos de todo o mundo a medir o impacto de seus esforços de redução de carbono”, disse Karen St. Germain, diretora da Divisão de Ciências da Terra da NASA.
Agora, os estudiosos sabem quanto cada país emitiu e removeu pelo método “top-down”, de cima para baixo, bem mais completo que outros, que vai ajudar a chegar num possível equilíbrio no futuro. Por exemplificar isso, a pesquisa atual inclui dados de mais de 50 países que não relataram emissões nos últimos 10 anos. As informações também ajudam a rastrear as flutuações de dióxido de carbono relacionadas à mudança na cobertura da terra, como desmatamento e reflorestamento.
“Os relatórios de cada país ajudam a rastrear como as políticas de gerenciamento governamentais impactam as emissões e remoções de CO2”, disse o autor do estudo, Noel Cressie, professor da Universidade de Wollongong, na Austrália. “Mas não podemos esquecer que, para o planeta, não importa se o CO2 está sendo emitido pelo desmatamento na Amazônia ou pelos incêndios florestais no Ártico canadense. Ambos os processos impulsionarão as mudanças climáticas”, completa o cientista australiano.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabelece a tarefa de controlar e diminuir as mudanças climáticas para reduzir o aquecimento global em 1,5°C.