Tempestades solares estão provocando grandes alterações na parte externa do Sol e podem causar interrupções nas telecomunicações
O observatório Solar Dynamics, da NASA, capturou uma imagem do Sol que lembra o personagem Stay Puft Marshmallow Man (“Homem Marshmallow), da série “Ghostbusters”. Para alguns, a imagem se parece mais com a cara de uma abóbora de Halloween.
Tempestades solares estão provocando grandes alterações na parte externa do Sol e podem causar interrupções nas telecomunicações aqui na Terra, explica Brian Keating, professor de Física da Universidade da Califórnia, em San Diego.
As reações físicas e químicas que ocorrem no Sol permitem compará-lo a um imenso reator nuclear, segundo o professor. A cada segundo ocorre uma enxurrada de ações na enorme, giratória e brilhante bola de gás quente – desde a conversão de hidrogênio em hélio, que emite a mesma quantidade de calor que várias bombas nucleares, até tempestades elétricas e terremotos.
Na imagem, o trio de manchas que compõem o “rosto” – que não pode ser visto pelos olhos humanos, porque estão no espectro ultravioleta – são conhecidos como buracos coronais, ou seções um pouco mais frias da camada externa do sol que, geralmente, tem uma temperatura de cerca de 5.500 graus Celsius.
Os buracos coronais não são apenas formas interessantes movendo-se ao redor da superfície do sol. São áreas de alta atividade de campo magnético que envia, constantemente, vento solar – ou um fluxo de prótons, elétrons e outras partículas – para o universo.
“Mais do que uma carinha sorridente, seus olhos são como raios de laser brilhantes enviando partículas que podem causar graves perturbações na atmosfera da Terra”, explica o professor.
Quando as partículas, que carregam carga elétrica, atingem o planeta em pequenas doses, auroras coloridas podem se seguir, trazendo exibições brilhantes causadas pelos gases da atmosfera.
Os problemas surgem se um grande número de partículas minúsculas atingir a Terra, disse Keating. Uma forte tempestade solar pode até danificar as redes elétricas e causar quedas de energia, afirma.
A última tempestade geomagnética intensa a afetar a Terra foi o Evento Carrington, de 1859, que causou incêndios em várias estações de telégrafo, ao amanhecer em regiões tropicais.
“Os cientistas esperam que isso aconteça algumas vezes a cada ano […] e pode ser algo, realmente, assustador. As consequências podem ser muito mais dramáticas, especialmente em nossa sociedade atual, dependente de tecnologia”.
O Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica emitiu um pequeno alerta de tempestade geomagnética no último sábado, 29, alertando que as condições podem mudar de “inquietas” para “ativas”. Espera-se que os surtos dos buracos coronais continuem até quarta-feira.