MEIO AMBIENTE

Na COP-27, países ricos são chamados a pagar a conta pelas mudanças climáticas

Alemanha anunciou a maior doação, mas até agora poucos países se comprometem a ajudar as nações mais afetadas pelo aquecimento global

Por: Carlos Taquari
Da redação | 10 de novembro de 2022 - 19:24

O tema “Perdas e Danos”, causados pelas mudanças climáticas é um dos principais assuntos discutidos na Conferência do Clima da ONU, a COP-27, que se realiza em Sharm-El-Sheik, no Egito. Os países ricos são chamados a contribuir para um fundo, no valor de 100 bilhões de dólares, proposto pelas Nações Unidas, mas poucos se comprometeram até agora.

A Alemanha anunciou uma doação de 170 milhões de euros, como parte de uma iniciativa do governo alemão, denominada “Global Shield”, ou “Proteção Global”, destinada a cobrir os danos nos países mais vulneráveis às mudanças no clima, como enchentes, inundações e perdas de áreas costeiras.

cop 27

Países mais pobres são os que mais sofrem com mudanças climáticas. (Crédito: AP)

A Áustria vai doar 50 milhões de euros, nos próximos quatro anos; a Irlanda, 10 milhões de euros, em 2023; a Escócia, 7 milhões e a Bélgica 2,5 milhões. A Dinamarca, o primeiro país a contribuir, já havia anunciado uma doação de 13 milhões de euros.

Somando-se todas essas doações, a conta ainda está bem longe dos 100 bilhões sugeridos pela ONU. Até agora, os países mais ricos como os Estados Unidos e China ainda não se pronunciaram. O enviado especial dos EUA à COP, John Kerry, limitou-se a propor uma iniciativa global de comércio de créditos de carbono, relacionada com a transição para formas mistas de energia. No entanto, créditos de carbono levantam desconfiança de ambientalistas e especialistas em políticas climáticas porque, basicamente, significa investir na descarbonização de nações em desenvolvimento em troca de reduzir mais timidamente as emissões de gases de efeito estufa entre os países industrializados.

Alguns países começaram a trilhar o caminho, declarou o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, presidente da Aliança dos Pequenos Estados Insulares. Esses países são os que mais sofrem com o aumento no nível do mar e inundação de áreas costeiras, que resulta do aquecimento global e o degelo nos polos.

“Seria justo que os principais poluidores, particularmente aqueles envolvidos no uso histórico de combustíveis fósseis, seguissem o exemplo”, declarou Browne.

Por sua vez, o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, declarou que não se trata de algum tipo de apelo emocional. “Trata-se de encarar a realidade e perceber que reduzir as emissões de poluentes é de interesse de todas as nações”, acrescentou.

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