Plantas enfrentam estresse, que compromete seu desenvolvimento e produtividade
Mais de 3 bilhões de pessoas vivem em áreas agrícolas com níveis altos ou muito altos de falta d’água, e quase metade dessas pessoas enfrentam severas limitações. Além disso, a disponibilidade de recursos de água doce por pessoa diminuiu em mais de 20% nas duas últimas décadas globalmente, ressaltando a importância de produzir mais com menos, especialmente na agricultura, onde está o maior consumo no mundo. As informações são do relatório “O Estado da Alimentação e da Agricultura (SOFA)”, feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Além do aumento da temperatura, a diminuição do volume de chuvas faz com que as plantas enfrentem estresse fisiológico, o que compromete o seu desenvolvimento, baixa a produtividade e ameaça a segurança alimentar, principalmente, das populações mais pobres.
Esses efeitos já são vistos no hemisfério norte que está sofrendo com uma onda de calor extrema. Recentemente em Phoenix, região sudoeste dos EUA, os termômetros registraram temperaturas por volta de 45°C, superando a máxima histórica em 100 anos. No Estado do Kansas, 10 mil cabeças de gado morreram em razão do calor intenso durante o dia e a noite. O milho está sob estresse devido à falta de chuva e ondas de calor. Três quartos da Romênia, maior produtora deste grão na Europa, estão afetados por secas de gravidade variável, enquanto a França, outra grande produtora, teve o mês de julho mais seco já registrado. Agricultores em partes do leste da Alemanha podem perder toda a sua colheita.
Para que esses problemas não aumentem ainda mais, é necessário tomar atitudes concretas que levem a redução de gases do efeito estufa, além de adotar tecnologias capazes de ajudar regiões que já sofreram com o impacto das mudanças climáticas.
Na agricultura, ferramentas de biotecnologia tem acelerado o processo de melhoramento genético das plantas e entregado sementes e mudas adaptadas às novas condições climáticas. Sistemas de irrigação no campo também devem fazer parte da estratégia em períodos de estiagem.
Essas tecnologias juntamente com uso consciente de defensivos agrícolas, fertilizantes, equipamentos, maquinários e o manejo adequado do solo podem entregar melhorias importantes nos rendimentos das culturas que estão em áreas de baixo desempenho agrícola. Elas também devem proporcionar benefícios econômicos ao mesmo tempo que garantem segurança alimentar e protegem o meio ambiente.
Os especialistas ressaltam que a agricultura é altamente dependente das condições climáticas. A maior parte da área cultivada do mundo não possui sistemas de irrigação e as sementes e/ou mudas foram adaptadas para regiões específicas de forma a obter um melhor desenvolvimento e entregar maior produtividade aos agricultores, segundo a CropLife Brasil, associação que reúne especialistas, instituições e empresas que atuam na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias em quatro áreas essenciais para a produção agrícola sustentável: germoplasma (mudas e sementes), biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos.