Uma varredura digital feita no fundo do Oceano Atlântico, a 3.800 metros de profundidade, mostra detalhes do Titanic, exatamente 111 anos após naufrágio do que era, na época, o maior navio do mundo. Mais de 700.000 imagens, de todos os ângulos, vão permitir a reconstrução total, em 3D, de todo o navio. O trabalho foi realizado pela empresa Magellan Ltd, especializada em mapeamento em águas profundas, e pela Atlantic Productions, que vai lançar um documentário sobre o assunto. Entre outros detalhes, será possível observar os destroços como se toda a água do entorno tivesse sido drenada, o que vai facilitar a visualização.

Os destroços do Titanic foram descobertos em 1985 e desde então o transatlântico passou a ser explorado extensivamente por estudiosos e aventureiros interessados nas relíquias escondidas no fundo do mar. Mas diante da imensidão do oceano, as câmeras robóticas que chegavam até os destroços só conseguiam mostrar quadros isolados da estrutura e nunca uma visão completa do navio.

Imagens impressionantes

A varredura em 3D faz um tour por toda a estrutura do Titanic, revelando uma visão completa e emocionante do mais luxuoso transatlântico do início do século XX. No fundo do mar, o Titanic está separado em duas partes. A proa e a popa estão separadas por uma distância de 800m.

A varredura mostra alguns detalhes minuciosos. A proa está completamente tomada pela ferrugem, mas é facilmente reconhecida. No topo está o convés do Titanic junto com um enorme buraco onde ficava a grande escadaria. A popa, no entanto, está misturada em um emaranhado de metal, pois essa parte do navio desabou durante o naufrágio.

Detalhes da proa. (Atlantic Productions/Magellan )

O tour em 3D mostra itens espalhados em volta, como peças de metal ornamentadas do navio, estátuas e garrafas de champanhe ainda fechadas. Há também muitos pertences pessoais, incluindo dezenas de sapatos apoiados no sedimento do fundo do mar.

Parks Stephenson, um dos maiores pesquisadores do Titanic, disse que ficou impressionado quando viu as imagens. “Ele permite que você veja os destroços como você nunca pode ver de um submersível e  você pode vê-los em contexto e perspectiva. E o que será mostrado agora é o verdadeiro estado dos destroços”, destacou.

A varredura foi realizada em 2022. Os submersíveis, controlados remotamente, passaram mais de 200 horas examinando o comprimento e a largura dos destroços e produziram centenas de milhares de imagens de todos os ângulos, criando uma reconstrução 3D exata da embarcação.

O Titanic saiu de Southampton, na Inglaterra, com destino a Nova Iorque e afundou no Oceano Atlântico em sua viagem inaugural, em 15 de abril de 1912, após ser atingido por um iceberg. Mais de 1.500 pessoas entre tripulantes e passageiros morreram naquela que ficou conhecida como a maior tragédia dos mares.