Estudo da Universidade York sugere uso de sons para apagar certas lembranças negativas
O passado muitas vezes serve para nos motivar e nos impulsionar na vida, mas ele pode trazer lembranças ruins e nos impedir de seguir em frente. Memórias traumáticas, tristes ou simplesmente embaraçosas tendem a permanecer em nossas mentes e aparecer em momentos inoportunos. Agora, os cientistas da Universidade de York, na Inglaterra, relatam que emitir sons para as pessoas, enquanto elas dormem, pode ajudá-las a esquecer memórias específicas, como maus momentos da vida, por exemplo. Embora essa descoberta esteja em sua fase inicial, os autores do estudo acreditam que esse trabalho abre as portas para o desenvolvimento de novas técnicas destinadas a enfraquecer memórias traumáticas.
Os autores do estudo treinaram um grupo de 29 participantes em associações entre pares de palavras sobrepostas. Por exemplo, o grupo teve que aprender os pares de palavras “martelo – escritório” e “martelo – Cardi B”. Em seguida, os participantes dormiram durante a noite no laboratório do sono da universidade.
Enquanto descansavam, a equipe de pesquisa analisou suas ondas cerebrais e, em seguida, identificou quando eles atingiram o sono profundo. Quando isso acontecia, a equipe tocava silenciosamente a palavra que mostrava o objeto para cada participante (ou seja, martelo).
“A relação entre sono e memória é fascinante. Sabemos que o sono é fundamental para o processamento da memória, e nossas memórias geralmente são melhores após um período de sono. Os mecanismos exatos em jogo permanecem obscuros, mas durante o sono parece que conexões importantes são fortalecidas e as sem importância são descartadas”, conclui o autor responsável pelo estudo, Dr. Aidan Horner, do Departamento de Psicologia da Universidade de York.
“Esta pesquisa levanta a possibilidade de que esse processo possa ser usado para enfraquecer memórias dolorosas. Os próximos passos para nossa equipe de pesquisa são estabelecer como essas pistas causam esquecimento, para que possamos ativar e desativar o efeito e se podemos usar a mesma técnica para enfraquecer as memórias do mundo real existentes”, conclui o pesquisador.