Soja tolerante à seca, resultado de edição genética, será distribuída em breve no Brasil
O aquecimento global tem alterado constantemente a temperatura, intensidade das chuvas, ventos, provocado inundações, desequilíbrios nas populações de pragas . Tudo isso afeta o desenvolvimento dos organismos vivos, colocando em risco a produção de alimentos em todo o planeta. Para enfrentar esses desafios é preciso expandir a diversidade genética dos organismos vivos, promovendo o melhoramento genético de algumas espécies a essas novas condições climáticas e doenças que possam surgir. Acelerando o processo de desenvolvimento de plantas tolerantes à seca, por exemplo, a versão 5.0 do melhoramento genético já mostra que é possível enfrentar, a curto prazo, o crescimento da temperatura e a escassez de chuvas. O que levaria cerca de 20 anos para ocorrer pelos métodos mais tradicionais já pode ser realizado em torno de 5 anos.
A tolerância à seca é uma característica genética já presente em algumas plantas. Com a edição genética, alguns cientistas incorporaram ou recuperaram essa característica em variedades de arroz, batata, milho, soja e tomate, ampliando a diversidade genética dessas plantas. Com isso, as novas variedades mantêm alta produtividade, inclusive em situações de baixa disponibilidade de água. A soja tolerante à seca, desenvolvida por edição genética, já foi avaliada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) do Brasil. A esperança é que sementes dessa variedade logo estejam liberadas em breve para distribuição no país.
A edição genética reúne várias ferramentas de biologia molecular que possibilitam o aumento da diversidade genética dos organismos vivos. Sejam eles microrganismos, plantas ou até mesmo animais. Com isso, organismos utilizados na produção de alimentos podem ser geneticamente melhorados para, por exemplo, produzir mais, mesmo em situações de grandes adversidades ambientais, como as decorrentes do aquecimento global.