Para 80% dos pacientes ouvidos em pesquisa da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, o  ChatGPT oferece conselhos melhores e mais empáticos – revelando maior capacidade de identificação – do que os médicos reais e os usuários o preferem a clínicos gerais. A pesquisa também sugere que a inteligência artificial pode ajudar a reduzir a carga de trabalho dos médicos no futuro.

O estudo descobriu que as interações do ChatGPT têm 3,5 vezes mais chances de serem de qualidade superior e quase 10 vezes mais de serem mais empáticas. O estudo conduzido por pesquisadores americanos oferece uma visão inicial do papel potencial da tecnologia de IA no futuro da Medicina.

Para obter uma amostra diversificada de questões de saúde com respostas de médicos qualificados, a equipe de estudo recorreu à rede de mídia social Reddit. Milhões de pacientes postam questões médicas diariamente na rede, que tem mais de 450 mil integrantes ligados ao setor de saúde. Os profissionais de saúde verificados respondem a essas perguntas e suas credenciais ficam visíveis ao lado de suas respostas.

Pacientes acham robôs mais simpáticos que médicos. (Crédito: Pexels)

A equipe de pesquisa fez uma amostragem de 195 trocas em que um médico respondeu a uma pergunta pública postada por um membro do grupo. Eles então fizeram a mesma pergunta ao ChatGPT. Três profissionais de saúde avaliaram cada pergunta juntamente com as respostas relevantes, sem saber quais foram enviadas por um médico e quais foram escritas pelo ChatGPT. Eles classificaram as respostas com base na qualidade da informação e empatia, observando qual resposta eles preferiam.

O resultado indica que o ChatGPT fez um trabalho melhor ao abordar as preocupações dos pacientes. As respostas da IA também receberam classificações de qualidade significativamente mais altas, com respostas de qualidade “boa” ou “muito boa” 3,6 vezes mais propensas a vir do ChatGPT (médicos 22,1% vs. ChatGPT 78,5%). As respostas da IA ​​foram mais empáticas do que as dos médicos humanos, com respostas “empáticas” ou “muito empáticas” quase 10 vezes mais propensas a vir do ChatGPT (médicos 4,6% vs. ChatGPT 45,1%).

Não se trata de substituir os médicos

No entanto, a equipe de pesquisa enfatiza que, embora o ChatGPT possa ajudar significativamente os médicos ao aliviar sua crescente carga de trabalho , especialmente com consultas on-line, ele não os substituiria. O Dr. Adam Poliak, professor assistente de Ciência da Computação no Bryn Mawr College e co-autor do estudo, explica que a solução definitiva NÃO é eliminar os médicos, mas levar os médicos a aproveitarem o ChatGPT para um atendimento melhor e mais empático.

ChatGPT pode liderar a próxima onda de serviços de telessaúde. Os médicos também apontaram a pandemia como um catalisador para uma mudança significativa na forma como os pacientes procuram aconselhamento médico. O Dr. Eric Leas, professor assistente da Escola Herbert Wertheim de Saúde Pública e Ciência da Longevidade Humana da UC San Diego, argumentou que a pandemia de COVID-19 acelerou a adoção de assistência médica virtual. Embora isso tenha facilitado o acesso aos cuidados para os pacientes, os médicos enfrentaram um número esmagador de mensagens eletrônicas de pacientes em busca de orientação médica, contribuindo para níveis recordes de esgotamento dos profissionais.

É importante observar as limitações do programa de IA, como gerar respostas incorretas ou sem sentido, ser excessivamente prolixo ou não fazer perguntas esclarecedoras para consultas ambíguas. A OpenAI acrescenta que trabalha continuamente para melhorar esses aspectos e refinar o modelo para torná-lo mais eficaz e seguro para o público.