"No terremoto, eu estava amamentando e fiquei presa com meu filho num guarda-roupa"
Depois de permanecer uma semana sobre os escombros do prédio onde morava, uma mulher de 33 anos, Necla Camuz, de 33 anos, e seu filho, Yagiz, um bebê de apenas de 2 semanas, foram resgatados pelas equipes de socorro, na região de Samandag, cidade da província turca de Hatay. A mulher se lembra do momento em que o prédio ruiu: “eu estava amamentando e um guarda-roupa caiu sobre nós. Depois parte do andar de cima também caiu”.
“À medida que o terremoto aumentava, a parede caía, a sala tremia e o prédio mudava de posição”, disse ela à BBC. A mulher contou que passou dias se perguntando se sua família havia resistido ao terremoto, até que conseguiu ouvir os socorristas indo em sua direção. “Acho que se meu bebê não fosse forte o suficiente, eu também não teria aguentado”, disse ela.
Sibel Kaya, de 40 anos, outra sobrevivente, foi retirada de um prédio de cinco andares na província de Gaziantep, após 170 horas nos escombros. E uma menina de quatro anos chamada Miray foi resgatada em Adiyaman após 178 horas. Mas especialistas alertaram que a chance de encontrar mais sobreviventes cairá para quase zero daqui para adiante.
O mais violento
Com o número de mortos acima de 35 mil, o terremoto de 7.8, do dia 6 de Fevereiro, já se tornou o mais violento na Turquia, em mais de um século. De acordo com dados do governo turno, o número de vítimas fatais no país, até a noite desta terça-feira, era de 35.418. Na Síria, a contagem chega a 5.714, o que eleva o total nos dois países a 41.132.
O número de desabrigados é calculado em mais de 5 milhões, apenas em território da Turquia. No lado sírio, as organizações internacionais de ajuda enfrentam dificuldades para fazer o levantamento de vítimas, diante das dificuldades de diálogo com o governo ou com os grupos rebeldes que travam uma guerra civil contra o regime de Bashar Assad.