Pela segunda vez, o rapper americano Kanye West foi suspenso do Twitter, agora por tempo indeterminado, depois de ser acusado de incitação à violência contra judeus. Kanye, que usa um perfil chamado Ye, postou vários tweets de conteúdo racista, o mais polêmico deles envolvendo um símbolo que combinava uma suástica com a estrela de Davi.

A suspensão do rapper foi anunciada pelo próprio dono do Twitter, Elon Musk, que publicou um post informando que Kanye tinha violado a regra contra o incitamento à violência. A punição aconteceu semanas depois de a conta do rapper ter sido restaurada após uma restrição anterior.

O Twitter não informou por quanto tempo Ye ficará impedido de twittar na rede social, onde tinha mais de 31 milhões de seguidores.

Nesta sexta-feira, o Twitter exibiu a mensagem de que a conta de Kanye West está suspensa.

Na quinta-feira, durante uma entrevista em que apareceu com o rosto coberto por uma máscara e ao lado do teórico de extrema direita Alex Jones, Kanye West elogiou o líder nazista Adolf Hitler. “Eu gosto de Hitler”, disse o rapper.

Antes de ser suspenso do Twitter, Kanye postou: “Eu amo os judeus, mas também amo os nazistas”. E, na sequência, publicou a imagem da suástica em um tweet separado.

West: “Eu gosto de Hitler”. (Reprodução/Twitter)

Durante a entrevista, o rapper defendeu o líder nazista. “Vejo coisas boas sobre Hitler”. Kanye ainda negou que Adolf Hitler tenha supervisionado o assassinato de 6 milhões de judeus.

Nos últimos meses, West causou polêmica com uma série de comentários anti-semitas e racistas, que levaram marcas como Adidas e Gap a rescindirem contrato com o rapper e estilista.

Uma internauta postou uma mensagem em defesa do rapper. Ela diz que o logotipo denunciado como nazista não tem nada a ver com nazismo. Segundo ela, o desenho faz referência a uma religião, conhecida como Raelianismo ou Movimento Raeliano. Os adeptos da seita acreditam que os seres humanos foram criados por extraterrestres usando a matéria encontrada na Terra.

Internauta diz que suástica é símbolo de religião. (Reprodução/Twitter)

Historicamente os membros do movimento raeliano sempre defenderam causas nada comuns para uma religião, como, por exemplo, o uso do feminismo positivo para o sexo, o uso preservativos, controle de natalidade, masturbação, meditação, organismos geneticamente modificados e até a clonagem humana.

Em 1978, os raelianos defenderam, inclusive, a criação da geniocracia, um sistema de governo baseado em um critério mínimo de inteligência para que os políticos e os eleitores pudessem exercer a cidadania.

A natureza não democrática do modelo geniocrático de governo e o fato de o logotipo raeliano conter uma suástica levaram o governo francês a não reconhecer o movimento como uma religião, mas a igreja funciona em outros países.