Embaixador do Catar no Mundial diz que a homossexualidade é um 'dano mental'
O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou que a escolha do Catar como país sede da Copa do Mundo de 2022 foi um equívoco e culpou o seu ex-protegido e atual inimigo, o francês Michel Platini, pela decisão. Em entrevista ao jornal suíço “Tages-Anzeiger”, o cartola, que está suspenso do mundo da bola desde 2015, devido a escândalos de corrupção, declarou: “A escolha do Catar foi um erro. Eu era o responsável por isso, como presidente da Fifa. Na época, nós concordamos com o Comitê Executivo que a Rússia deveria receber a Copa de 2018 e os Estados Unidos a de 2022. Seria um gesto de paz entre esses países oponentes politicamente” — afirmou Blatter.
Blatter recordou o conteúdo de uma conversa que teve com Platini, quando o ex-jogador e então também cartola da FIFA, contou ter recebido do ex-presidente Nicolas Sarcozy a seguinte recomendação: “Veja o que você pode fazer pelo Catar”. Na época, Sarcozy tinha acabado de se reunir com os dirigentes do Catar, em Paris.
Outra polêmica relacionada com a Copa, que ganhou as manchetes, foi uma declaração de um dos embaixadores da Copa do Mundo, o ex-jogador da seleção do Catar, Khalid Salman. Em entrevista a uma emissora de TV da Alemaha, Salman disse que a homossexualidade é um “dano mental” e disse que os homossexuais serão “tolerados” na Copa, mas terão que seguir as regras e costumes do país. Desde o anúncio do torneio no Catar o país recebe cotidianamente críticas por seu histórico de ataques as mulheres e à população LGBTQIA+. Além disso as denúncias de subnotificação de trabalhadores mortos na construção dos estádios só aumenta na mídia internacional.
A fala de Salman já repercutiu em todo o mundo, o assunto se mantém entre os mais comentados no Twitter mundial. Jogadores e torcedores também se posicionaram contra a repressão das políticas do Catar à população LGBTQIA+. Os capitães de seleções europeias como Inglaterra, França e Alemanha, vão usar braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem “One Love” numa campanha antidiscriminação. Já torcedores alemães pediram boicote à Copa do Mundo durante partidas no país. A Fifa ainda não se pronunciou sobre as declarações de Salman e Blatter.
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