SAÚDE
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Inteligência Artificial pode prever câncer no pâncreas com três anos de antecedência

Sistema desenvolvido na Escola de Medicina de Harvard identifica pessoas mais expostas a esse tipo de doença

Por: Carlos Taquari
Da redação | 10 de maio de 2023 - 14:38
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Estudo publicado pela revista Nature Medicine revela que um sistema de Inteligência Artificial pode identificar indivíduos com alto risco de contrair câncer no pâncreas, com três anos de antecedência. Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Harvard desenvolveram um algoritmo capaz de elaborar o diagnóstico com base apenas no histórico médico do paciente.

O câncer no pâncreas é uma das formas mais letais da doença e a possibilidade de um diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sobrevivência. Os recursos existentes até agora dificultam justamente esse diagnóstico com bastante antecedência.

Chris Sander, professor do Departamento de Sistemas Biológicos da Escola de Medicina de Harvard e um dos responsáveis pelo estudo, lembra que descobrir quais pacientes estão mais expostos à doença é um um dos mais importantes desafios para os médicos. E contar com a ajuda de uma ferramenta de IA é um fator decisivo, afirma Sander.

Para compor o algoritmo capaz de realizar essa tarefa, os cientistas utilizaram o histórico médico de 9 milhões de pacientes dos Estados Unidos e da Dinamarca.

O modelo utilizado como base para o estudo inclui dados de pacientes que enfrentaram o câncer no pâncreas, desde o aparecimento, a duração do tratamento, com variáveis entre seis meses e três anos.

Uma vantagem do sistema de IA é que pode ser utilizado para todos os pacientes que disponham de um histórico médico, não apenas aqueles com histórico familiar da doença e predisposição para desenvolver o câncer de pâncreas. Esse dado é importante porque muitos pacientes com alto risco de contrair a doença podem não estar à par da predisposição genética ou do histórico familiar. Sem indicações claras de risco para o paciente, os médicos não se sentem obrigados a recomendar baterias de exames que, na maioria dos casos, têm um alto custo.

Apenas 12% dos casos de câncer no pâncreas costumam ter um diagnóstico precoce, o que limita bastante as chances de de tratamento.

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