A tecnologia está mudando a forma como os produtores agrícolas protegem as suas plantações, detectando doenças nas plantas e os ataques devastadores dos insetos. Ela já se mostrou uma grande aliada, por exemplo, no combate dos enxames de gafanhotos que costumam atacar as lavouras na África Oriental, na luta contra os fungos que causam estragos na raiz do milho no meio-oeste dos EUA, no tratamento das pragas que atacam as seringueiras no Brasil ou prejudicam as plantações de batatas no sul da Índia.

“Se a agricultura estiver equipada com ferramentas de inteligência artificial (IA) econômicas que possam identificar doenças nas culturas e infestações de pragas no início de seu desenvolvimento, os produtores e as autoridades públicas do setor podem detectar os problemas antes que eles cresçam e causem danos reais, diz a patologista de plantas Karen Garrett, da Universidade da Flórida, EUA.

Desenvolver ferramentas que sejam acessíveis e também eficazes, num mundo que tem cerca de 800 milhões de pessoas passando fome e vem enfrentando mudanças radicais no clima, são algumas das preocupações expostas por ela e seus colegas no grupo de Revisão Anual de Fitopatologia, na Flórida.

A cientista americana continua a sua análise no estudo: “A inteligência artificial dentro de um sistema, com os seus algoritmos, é tão avançada que pode processar grandes quantidades de informações em segundos. Na agricultura, a IA pode ajudar criando melhores ferramentas para vigilância das culturas, projetando melhores robôs para fornecer pesticidas e melhores softwares para aumentar a tolerância de uma espécie de planta à seca.”

Muitas doenças têm sintomas distintos que podem ser detectados visualmente, mas se você tiver um drone que pode tirar fotos numa grande plantação, essas imagens podem ser comparadas e analisadas usando IA para diagnosticar com eficiência a presença de patologias e decidir pelo uso de um defensivo agrícola, por exemplo.

A IA aliada com a robótica agrícola, por exemplo, já promove a separação de frutas saudáveis daquelas infectadas com patógenos ou danificadas, com base na cor e na forma. Ferramentas de IA podem processar imagens com muito mais rapidez e consistência, de modo que as frutas descoloridas e de baixa qualidade, que geralmente estão infectadas com doença, sejam separadas automaticamente.

(De um artigo extraído da revista Knowable Magazine. A foto da reportagem é da CNA/SENAR)