Previsão de economistas é de que aumento dos preços continue por pressão de alimentos e ano eleitoral
A inflação argentina medida pelo instituto de pesquisas oficial do governo, o Indec, chegou a 88% nos últimos 12 meses, até outubro de 2022. E segundo uma respeitada consultoria econômica de Buenos Aires, a Eco Go — uma das mais certeiras em prognósticos econômicos do país –, a subida do índice tende a persistir em 2023.
Marina Dal Poggetto, diretora da consultoria Eco Go, projeta que o ano vai terminar com inflação a 100% e que em junho de 2023 o índice vai superar os 130% anuais. A previsão se baseia em uma série de fatores, entre eles a seca que se abate sobre parte de áreas produtoras de alimentos do país, a pressão de ano eleitoral, já que os argentinos irão às urnas no final no ano que vem, e as incertezas sobre a flutuação do peso em relação ao dólar.
A variação mensal do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) para o mês de outubro foi de 6,4%, fazendo com que a inflação acumulada nos dez primeiros meses de 2022 alcançasse 76,6%.
Ao anunciar o índice, o pior para um período de 12 meses em quase 30 anos, o instituto destacou que a principal alta ocorreu nos preços de cafés, restaurantes, hotéis e hospedagens em geral, com 7,4% de majoração em outubro. Na taxa interanual, essa categoria de produtos e serviços, registrou elevação de 105,2%.
Por outro lado, houve queda de 4,5% nos preços dos transportes, que envolvem tanto o transporte público como os gastos com combustíveis para veículos privados.