INTERNACIONAL

Ilan Goldfajn eleito para a presidência do BID

Indicação do governo Bolsonaro havia sido contestada por setores do PT

Por: Carlos Taquari
Da redação | 20 de novembro de 2022 - 19:42

Reunidos neste domingo, em Nova York, representantes dos 48 países do continente, além dos EUA, elegeram o economista brasileiro, Ilan Goldfajn, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID. Goldfajn disputava o cargo com candidatos de outros quatro países: Argentina, México, Chile e Trinidad & Tobago.

Ilan Goldfajn vai substituir Mauricio Claver Carone, o primeiro norte-americano a presidir o BID nos 63 anos de história do banco. Claver Carone foi afastado em Setembro, após a divulgação de informações de que teria mantido relações com uma funcionária do banco. Ele nega a acusação.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Goldfajn foi escolhido pelo ministro Paulo Guedes e indicado pelo presidente Bolsonaro, ainda em Setembro, antes das eleições presidenciais. A indicação foi contestada por setores ligados ao PT. O ex-ministro Guido Mantega, que chegou a integrar a equipe de transição para o novo governo, contestou publicamente a escolha e propôs um veto à candidatura.

Ex-presidente do Banco Central do Brasil, Goldfajn foi economista chefe em bancos brasileiros e até recentemente era Diretor para a América Latina do Fundo Monetário Internacional, cargo do qual se afastou para disputar a presidência do BID.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento é a maior instituição financeira bilateral na América Latina. No ano passado, o banco investiu 23 bilhões de dólares em projetos de infraestrutura no continente. Os Estados Unidos são os maiores acionistas do banco, com 30% de participação nas ações, mas até a nomeação de Claver Carone, o governo norte-americano evitava participar diretamente na direção do banco.

O novo presidente do BID terá como tarefa principal ajudar os países do continente a enfrentar os graves problemas econômicos que afetam a região, como a queda na atividade econômica provocada pela pandemia, a inflação – que passa de 80% na Argentina – e uma dívida externa que vai muito além das possibilidades atuais de resgate.

 

 

 

 

 

 

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