Os chocolates, balas e bolachas nos Estados Unidos têm diminuído de tamanho e ajuda num Halloween menos calórico
Atenção, isto não é um pesadelo! De acordo com a organização “National Confectioners Association”, os doces dos Estados Unidos tem diminuído de tamanho devido ao aumento do custo dos ingredientes, mão de obra e custo do frete. Ao invés dos fabricantes aumentarem os preços, eles têm reduzido as embalagens.
A ação também faz parte de uma iniciativa de algumas empresas para tornar as guloseimas dos norte-americanos menos calóricas. Além da diminuição do tamanho dos produtos, rótulos com o total de calorias foram colocadas na frente das embalagens.
De acordo com o porta voz da organização, Christopher Gindlesperger, o movimento de oferecer ao consumidor final uma gama mais ampla de tamanhos e fornecer rotulagem que lista calorias começou em 2017 com as empresas Mars Wrigley, Ferrero, que é proprietário dos doces da Nestlé nos Estados Unidos, Ferrara Candy Company e a marca de chocolate Lindt. “Essas empresas, que representam cerca de metade do mercado, conduziram uma mudança notável e reuniram o resto da indústria, explica.
O preço dos alimentos foi muito impactado com a pandemia de covid-19 no mundo, como também internamente nos Estados Unidos. O custo da comida subiu 11,4% em 2021, sendo considerado o maior aumento em 12 meses desde maio de 1979. Com o mercado das guloseimas não foi diferente. Muitas pessoas deixaram de celebrar a Páscoa e o Halloween em 2020, e as máquinas de venda automática de escritórios não eram utilizadas, devido ao home office.
A plataforma de dados de comércio Klover, que coleta dados de gastos e preços usando recibos de 4 milhões de usuários norte-americanos, descobriu que o preço de um pacote extra-grande de “Reese’s Peanut Butter Cups”, que seria referente a uma bolacha recheada no Brasil, subiu 14% em 2022. Já o custo de uma barra de chocolate ao leite da marca “Hershey’s” subiu 15%.
Para o diretor da organização “Consumer World”, Edgar Dworsky, os doces são os primeiros produtos nos Estados Unidos que tem sofrido com a tendência de diminuição dos tamanhos e embalagens, em contrapartida com o aumento dos preços. “Todas essas empresas estão tendo que tomar essas decisões com base no custo”, disse Wyatt.
Apesar de estarem ficando menores e mais caros, a diminuição do acesso aos doces pode trazer benefícios para a saúde dos norte-americanos. Diversos grupos sem fins lucrativos focados em saúde e nutrição dos Estados Unidos já defendiam uma ação ativa dos fabricantes contra os impactos negativos dos produtos na saúde.
A introdução de produtos menores, com menos calorias, com mais informação em rótulos na frente dos produtos tem sido comemorada como um importante estímulo para o combate à obesidade.
Atualmente a obesidade, principalmente a infantil, tem se tornado uma grande preocupação da comunidade médica do país. Dados do relatório “Trust for America’s Health” mostram que 19,3% dos jovens norte-americanos, com idades entre 2 e 19 anos, têm obesidade. Em meados da década de 1970, a porcentagem era 5,5% nesta faixa etária.
As porções podem ser menores, mas a tentação cresce: segundo a National Confectioners Association, antes da pandemia, o Halloween era uma temporada de 8 semanas. Agora são 10, até 12 semanas. Isso é um mês inteiro a mais para que todas as lojas dos Estados Unidos estejam transbordando de doces nas prateleiras.