Programa de inteligência artificial que produz textos assusta a gigante da internet
Desta vez, o alarme soou forte no quartel-general do Google na Califórnia. Os fundadores, Larry Page e Sergey Brin, da 4ª maior empresa do mundo, foram chamados de volta e realizaram várias reuniões com o atual CEO, Sundar Pichai, e outros executivos para falar sobre uma novidade que está incomodando. Na pauta: ChatGPT, o novo chatbot (robô virtual) de uma concorrente, produto que parece ser a primeira ameaça real em décadas ao negócio de buscas de 1.209 trilhões de dólares ( 6.300 trilhões de reais) do Google.
Page e Brin, não passavam tanto tempo na sede da empresa desde que deixaram as funções diárias em 2019. Segundo alguns funcionários, os dois acionistas aprovaram planos e lançaram ideias para colocar mais recursos de chatbot no mecanismo de busca do Google. A dupla também pediu aos líderes que foquem pesado na inteligência artificial daqui para frente.
O robô, ou bot como é conhecido no universo digital, lançado pela pequena empresa OpenAI de São Francisco há dois meses, em mais de 100 línguas, inclusive em Português, surpreendeu os usuários porque explica conceitos complexos e gera ideias do zero de maneira simples, além de produzir textos sobre uma infinidade de assuntos. O que assustou o Google é que essa é uma nova maneira de pesquisar informações na internet. Essa nova inteligência artificial tirou o tradicional buscador da sua “zona de conforto”.
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O jornal The New York Times descobriu que o Google pretende lançar mais 20 produtos e uma nova versão do seu mecanismo de busca com recursos de chatbot esse ano. Isso está sendo feito para para enfrentar seu concorrente e não perder a hegemonia do mercado de pesquisa na internet.
Os executivos do Google esperam reafirmar o status de empresa pioneira em inteligência artificial (IA). A empresa trabalhou agressivamente no assunto na última década e já ofereceu a um pequeno número de pessoas um chatbot que poderia rivalizar com o ChatGPT, chamado LaMDA, ou Família de Modelos de Linguagem Neural Conversacional (Language Model for Dialogue Applications).
Google, OpenAI e outros que desenvolvem sua I.A. com os chamados grandes modelos de linguagem que dependem de informações on-line devem tomar muito cuidado. Depois de muitos testes, erros e falhas, os internautas já perceberam que o robô virtual pode compartilhar notícias falsas, estimular a desinformação e mostrar atitudes racistas, sexistas e outros conteúdos preconceituosos.
Além das empresas que já mencionamos, outras desenvolvedoras estão oferecendo mecanismos de busca online que permitem que você faça perguntas por meio de um chatbot online como You.com e Perplexity.ai. A Microsoft também está trabalhando em uma nova versão de seu mecanismo de busca Bing que incluiria tecnologia semelhante, de acordo com The Information.