Se alguém ainda tem dúvidas de que esse será o combustível do futuro, basta ver a lista de empresas que já se posicionam neste setor
O mercado internacional do hidrogênio ainda está se formando, mas até a metade do século deverá constituir uma das principais fontes de combustível, movimentando alguns trilhões de dólares/ano.
Para aqueles que ainda relutam em acreditar no fim da era do petróleo, vale observar a relação das empresas que integram o pouco conhecido – até agora – Hydrogen Council, uma organização que reúne 141 companhias de alguma forma ligadas à produção, comércio ou transporte de hidrogênio verde.
Algumas dessas empresas nasceram com o petróleo e vivem dele, mas já estão de olho no futuro. Outras são do ramo da produção e venda de energia ( de fontes tradicionais ou renováveis), do setor automobilístico, da indústria do aço e diversas outros.
Entre os membros fundadores do Hydrogen Council destacam-se: Shell, British Petroleum, Sinopec (chinesa), EDF (francesa), Airbus, Alstom, Audi, BMW, Bosch, Daimler-Benz, General Motors, Honda, Toyota, Siemens e Thyssen.
América Latina na corrida
A Agência Internacional de Energia prevê que o mercado de hidrogênio verde terá um crescimento expressivo a partir de 2030 e mais ainda até 2050. Os países da Europa e Austrália devem liderar a produção. O primeiro navio transportando hidrogênio líquido saiu da Austrália para o Japão, em Fevereiro de 2022.
A América Latina, que tem vários projetos em andamento, deverá constituir o terceiro polo produtor.
O Chile anunciou a criação de uma Estratégia Nacional de Hidrogênio Verde, que deve colocar o país como um importante player do mercado internacional, até 2030. Nesse sentido, o país já assinou um acordo com a prefeitura de Hamburgo, na Alemanha, cujo porto está sendo adaptado para receber grandes carregamentos de hidrogênio líquido. Mais de 70% da produção chilena deve ser destinada à exportação.
No Uruguai, o governo criou um fundo nacional de investimentos destinado a financiar projetos de produção de hidrogênio verde, que já conta com projetos de 9 empresas. Além desse combustível, os projetos também contemplam a produção de amônia e fertilizantes. A fonte energética para esses projetos deve ser eólica e solar.
A Costa Rica é um dos países mais avançados do continente no que se refere à produção de energia limpa. Segundo o governo local, 99% da energia consumida no país é produzida por usinas hidrelétricas e instalações eólica e solar. Atualmente, o país já produz hidrogênio verde para combustível, mas em pequena escala.
No México, a Sener Ingenieria anunciou a instalação de várias plantas pequenas de produção de hidrogênio verde que devem começar a produzir ainda neste ano.
No Brasil, a empresa Unigel inaugura neste ano uma planta de produção de hidrogênio verde e amônia, utilizando tecnologia do grupo alemão Thyssen. Com investimentos de 120 milhões de dólares, a planta está situada no polo industrial de Camaçari, na Bahia.
O desafio da produção
O hidrogênio é o elemento químico mais abundante existente no universo. Dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio formam a água (H2O). Quatro átomos de hidrogênio e um de carbono formam o metano (CH4).
Para produzir o hidrogênio combustível é preciso separar esses átomos e isso exige grande consumo de energia. Se a fonte energética for limpa, ou seja, eólica ou solar, chega-se ao hidrogênio verde. Mas se o processo envolver a queima de carvão ou outro combustível fóssil, então, não será mais considerado verde.