Geração Z é bem informada e valoriza mais a saúde física e mental do que gerações anteriores
Nos tempos atuais, é cada vez mais comum encontrar pais que bebem álcool e filhos que preferem deixar as bebidas de lado. Isso é uma tendência global e, segundo pesquisadores, se deve ao fato de que a geração Z – os jovens entre 16 e 25 anos – têm mais acesso a informação e se preocupam mais com a saúde física e mental.
O maior e mais recente estudo, feito no Reino Unido, sobre o consumo de álcool no mundo, essa geração tende a se abster mais da bebida alcoólica em comparação com as gerações anteriores. Em 2019, 26% dos jovens britânicos não bebiam, o que representa 11% a mais que a faixa etária de 55 a 74 anos. O levantamento mostrou, no entanto, que o comportamento, embora mais frequente em países europeus de alta renda, também é observado em outros países também.
Já nos Estados Unidos, onde o consumo de álcool é alto para várias faixas-etárias, uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, mostrou que também houve um aumento de universitários que preferem não beber drinks alcoólicos. Para se ter ideia, esse grupo saltou de 20% para 28% em uma década.
Todos esses dados apontam que a Geração Z não está tão preocupada com o que os outros querem que eles façam para serem incluídos na sociedade. Diferentemente do que ocorria nas décadas de 80 e 90, quando era mais comum o consumo excessivo de álcool e drogas no mundo para fazer amizades.
Segundo as pesquisas, essa redução também está relacionada com a preocupação que essa faixa etária tem com o futuro, já que eles cresceram com preocupações financeiras e sociais. Além de se esforçarem mais para entrar em um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Por conta disso, são mais avessos aos riscos que as bebidas e drogas proporcionam para a vida deles. Então, em um dia de folga do trabalho, por exemplo, parte desses jovens preferem descansar e focar no desenvolvimento pessoal e profissional. A Geração Z também é marcada por se preocupar mais com a saúde mental.
A resposta é SIM! Segundo o levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, realizado pelo Ministério da Saúde, a parcela dos jovens que bebem 60 gramas ou mais de álcool, o equivalente a pelo menos quatro doses, em uma única ocasião, ao menos uma vez por mês, caiu para 19,3%. Esse número não ficava abaixo de 20% há sete anos.
Para se ter uma ideia, os anos de 2019 (25,8%) e 2020 (25%) foram os períodos que mais registraram o consumo dessas bebidas por jovens entre 18 e 24 anos. Os pesquisadores explicam que a pandemia pode estar relacionada aos dados obtidos na última pesquisa, já que os jovens que bebiam mais com os amigos em festas ficaram mais em casa devido ao isolamento social. Entretanto, especialistas dizem que é uma notícia positiva e aguardam os resultados dos próximos levantamentos.
Como esse grupo representa um terço da população global, a indústria de bebidas está de olho nos interesses deles. E uma coisa é certa, os jovens dão preferência para marcas que tenham propósitos ligados ao que eles acreditam. De acordo com análises realizadas pelo Twitter no Brasil, 85% da Geração Z dizem na rede social que não se sentem representados em anúncios de marcas e, por isso, não consomem as bebidas vendidas por elas. A saúde também é outro ponto chave avaliado por esses jovens. Pelo menos 61% dizem que se interessam por bebidas e comidas saudáveis.