CIÊNCIA

Geneticista sueco ganha Nobel de Medicina por genoma do Neandhertal

Svante Pääbo foi escolhido por suas descobertas sobre a evolução humana a partir do cruzamento da espécie com o homus sapiens

Da redação | 3 de outubro de 2022 - 10:05
Carolyn Johnson do Washington Post,
 com Julia Castello de São Paulo

O prêmio Nobel de Medicina foi concedido nesta segunda-feira (03/10) ao geneticista sueco, Svante Pääbo de 67 anos.  O pesquisador, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, fez um trabalho inovador sequenciando o genoma do homem de Neandhertal.

Por meio deste estudo foi possível mostrar o cruzamento deles com humanos modernos. O homem de Neandertal é uma espécie que foi extinta há centenas de milhares de anos. De acordo com pesquisadores, eles surgiram durante o Pleistoceno Médio na Europa e no Médio Oriente há cerca de 400 mil anos.

Antes das contribuições de Pääbo, os cientistas estudavam ossos e artefatos antigos para entender os ancestrais humanos. Seu trabalho estabeleceu um novo campo da ciência, a paleogenômica, que usa a análise de DNA para investigar questões sobre as origens humanas.

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Svante Paabo: premiado pelo  estudo da evolução humana. (Foto: Universidade de Yale)

Svante Paabo: premiado pelo  estudo da evolução humana. (Foto: Universidade de Yale)

O Comitê do prêmio Nobel afirmou em comunicado: “Ao revelar as diferenças genéticas que distinguem todos os seres humanos vivos dos hominídeos extintos, suas descobertas fornecem a base para explorar o que faz de nós, humanos, seres únicos”. Com a conquista, o especialista sueco recebeu um prêmio em dinheiro de 10 milhões de coroas suecas, o que equivale a cerca de  4,8 milhões de reais.
Mais sobre o pesquisador

Svante Pääbo nasceu em 1955 em Estocolmo na Suécia. Fez doutorado na Universidade de Uppsala e pós-doutorado na Universidade de Zurique, Suíça e, posteriormente, na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Em 1990, se tornou professor na Universidade de Munique, na Alemanha e nove anos depois fundou o Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig.

O pesquisador é filho do bioquímico Sune K Bergström que ganhou em 1982 um Nobel de Medicina por sua pesquisa sobre as prostaglandinas, substâncias que regulam vários processos no organismo. Pääbo era filho de um relacionamento extraconjugal de Bergström e tinha contato restrito com o pai.

 

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