David Petraeus, general aposentado de quatro estrelas e ex-diretor da CIA, foi enfático ao afirmar que os EUA e seus aliados destruiriam as forças militares da Rússia na Ucrânia e afundariam a sua frota no Mar Negro, caso o presidente Vladimir Putin autorize o uso de armas nucleares na guerra.

Em uma entrevista concedida à ABC News neste domingo (02/10), o general que já esteve no topo do comando das forças armadas norte-americanas e que também foi ex-comandante das forças de coalizão no Iraque, explicou como os EUA responderiam no caso de um ataque nuclear da Rússia.

“Responderíamos liderando a OTAN num esforço coletivo que eliminaria todas as forças convencionais russas que podemos ver e identificar no campo de batalha na Ucrânia, e também na Crimeia, e em todos os navios no Mar Negro”, disse em entrevista.

Estados Unidos na guerra

Ao ser questionado se o uso de armas nucleares pela Rússia colocaria os EUA e os seus aliados na guerra, o general respondeu que o artigo quinto do Tratado do Atlântico Norte torna legítima a reação dos países que forem atingidos pela guerra.

Segundo ele, no caso de um ataque com armas nucleares espalhando radiação para os estados da OTAN, seria suficiente para desencadear uma resposta do bloco, principalmente quando o texto permite um ataque armado, em legítima defesa, para restaurar e garantir a segurança dos aliados.

Para Petraeus, um eventual ataque nuclear pelas forças russas seria tão horrível – e constituiria a ruptura de uma linha tênue – que exigiria uma resposta imediata dos Estados Unidos e dos países aliados.

“Você não quer, novamente, entrar em uma escalada nuclear aqui. Mas você tem que mostrar que isso não pode ser aceito de forma alguma”, justificou o general americano.

Quem vai avançar

A declaração do general, que mantém contato com o alto comando das forças armadas americanas, ocorre em um momento delicado em que o presidente russo, Vladimir Putin, ameaça usar armas nucleares na Ucrânia.

Petraeus disse ainda que a convocação de reservistas para lutarem na guerra, feita recentemente pela Rússia, é uma demonstração de desespero.

“A realidade do campo de batalha que ele enfrenta é, eu acho, irreversível”, declarou o general. “Nenhuma quantidade de mobilização caótica, que é a única maneira de descrevê-la; nenhuma quantidade de anexação; nenhuma quantidade de ameaças nucleares veladas pode realmente tirá-lo dessa situação específica”, finalizou.