Bialiatski foi detido pelas autoridades da Bielorrússia, após participar de protestos contra a reeleição de Lukashenko
O ativista Ales Bialiatski foi condenado a 10 anos de prisão nesta sexta-feira. Ales é um dos principais líderes do movimento democrático na Bielorrússia e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2022, pela luta em prol dos direitos humanos no país. Junto com ele, mais dois ativistas e críticos ao governo, Valiantsin Stefanovic e Uladzimir Labkovich também foram condenados em mais de cinco anos de prisão.
(Ilustração: Niklas Elmehed/ Nobel Prize Outreach)
Bialiatski foi detido no ano passado, após participar de protestos contra a reeleição do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que é um aliado de Vladimir Putin. Lukashenko assumiu o governo em 1994 e tem permanecido no poder desde então.
De acordo com a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, desde o início do Conselho de Direitos Humanos sobre o país, não só aconteceu nenhuma melhora na situação humanitária, como há registros e denúncias de aumento de violações dos mais diversos direitos.
A líder de oposição do atual governo, Sviatlana Tsikhanouskaya, afirmou que a sentença de Bialiatski era uma injustiça vergonhosa. “Ales dedicou sua vida a lutar contra a tirania. Ele é um verdadeiro herói da Bielorrússia e será homenageado muito depois que o ditador for esquecido”, afirmou para veículos locais.
The shameful sentence against Ales, Valiantsin & Uladzimir is the regime's revenge for their steadfastness. Revenge for solidarity. Revenge for helping others. Ten years for a @NobelPrize laureate shows clearly what Lukashenka's regime is. We won't stop fighting for our heroes. pic.twitter.com/5FHLSShqMh
— Sviatlana Tsikhanouskaya (@Tsihanouskaya) March 3, 2023
A Comissão Europeia também se pronunciou sobre a prisão dos ativistas, condenando a ação. De acordo com porta-voz da Comissão, eles planejam emitir um comunicado ainda nesta sexta-feira.
Além do Nobel em 2022, Bialiatski também recebeu o “Right Livelihood Award” em 2020, após fundar a organização não governamental, Human Rights Center Viasna.