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Fertilidade masculina cai pela metade nos últimos 50 anos
(Foto: Jonathan Borba/Unsplash)

Fertilidade masculina cai de forma acentuada

Cientistas alertam que dados são preocupantes e apontam para uma crise que ameaça a humanidade

Por: Mario Augusto
Da redação | 26 de abril de 2023 - 20:55
Fertilidade masculina cai pela metade nos últimos 50 anos
(Foto: Jonathan Borba/Unsplash)

A fertilidade masculina ou capacidade reprodutiva dos homens diminuiu pela metade nas últimas cinco décadas, devido a problemas como o tabagismo, a poluição, a falta de cuidados com a saúde e até a exposição a pesticidas, de acordo com estudo da Universidade Semmelweis, na Hungria. O estudo partiu de uma revisão de quase 27 mil artigos científicos publicados por universidades e institutos de pesquisa de todo o mundo.

A qualidade do esperma é testada por uma análise de fragmentação de DNA. “A análise examina a proporção de material genético intacto ou fragmentado no esperma. Quanto mais fragmentado o DNA, menor a capacidade do esperma de fertilizar; além disso, pode aumentar o risco de aborto”, afirma o Dr. Zsolt Kopa, chefe do Centro de Andrologia do Departamento de Urologia, da Universidade Semmelweis.

Os resultados apontam para uma crise de fertilidade que ameaça a nossa espécie, dizem os pesquisadores. “Temos um problema sério em nossas mãos que, se não for mitigado, pode ameaçar a sobrevivência da humanidade”, afirma Hagai Levine, um dos cientistas responsáveis pelo estudo.

Idade, poluição, estilo de vida

A análise e a comparação de dados de milhares de pacientes tratados em clínicas de infertilidade revelaram os principais fatores que representam risco para a qualidade do esperma. Os estudos demonstraram que fumar pode aumentar a fragmentação do DNA em uma média de 9,19% em comparação com não fumantes.

O consumo de álcool e a obesidade não tiveram um papel clinicamente significativo na fragmentação do material genético, mas em pacientes que consomem álcool e estão acima do peso a infertilidade se manifesta de forma mais acentuada.

O estudo mostrou que a poluição ambiental, como a do ar e a exposição a pesticidas ou inseticidas, tem um claro efeito prejudicial na qualidade do esperma. Esses agentes externos promovem um aumento da fragmentação do DNA do esperma em uma média de 9,68%.

Problemas de saúde

Pacientes que apresentam quadro de varicocele, uma doença responsável pela dilatação das veias no cordão espermático, apresentam 13,6% mais risco de infertilidade, mesma situação vivenciada por pacientes diabéticos. Tumores malignos, causados por câncer nos testículos, podem causar um aumento de 11,3% na fragmentação do DNA espermático. Além dessas doenças, bactérias e doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) também prejudicam a qualidade do esperma.

“Na prática clínica, uma fragmentação abaixo de 25% pode ser considerada ótima; acima disso, a chance de concepção espontânea diminui. Acima de 50%, a taxa de sucesso da fertilização in vitro também é menor”, informa o Dr. Kopa.

Para diminuir os riscos de infertilidade, os especialistas recomendam parar de fumar, fazer exercícios físicos regularmente e adotar uma dieta mais saudável como medidas individuais de prevenção.

O estudo completo foi publicado na revista Reproductive Biology and Endocrinology.

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