Aliados da Ucrânia lembram a data da invasão russa e lamentam pelas milhares de vidas perdidas no conflito
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu vencer a guerra contra a Rússia no dia em que se completa um ano de conflito. O momento sombrio foi definido pelo líder ucraniano como “o dia mais longo de nossas vidas”.
Zelenskyy adotou um tom de desafio e aproveitou a data de 24 de fevereiro para parabenizar os ucranianos pela resiliência diante do maior e mais mortal conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Para o presidente ucraniano foi “um ano de dor, tristeza, fé e união”.
“Nós sobrevivemos ao primeiro dia da guerra em grande escala. Não sabíamos o que o amanhã traria, mas entendíamos claramente que para cada amanhã é preciso lutar. E nós lutamos”, afirmou Zelensky em um discurso de vídeo no início da manhã.
Entre a população o sentimento é de resistência. Poucos acreditavam que a Ucrânia conseguiria resistir por tanto tempo aos ataques russos no campo de batalha.
“Este dia se tornou um símbolo para mim de que sobrevivemos por um ano inteiro e continuaremos a viver”, disse Tetiana Klimkova, uma ucraniana que vive em Kiev. “Neste dia, nossos filhos e netos vão se lembrar de como os ucranianos são fortes mentalmente, fisicamente e espiritualmente”, concluiu.
Apesar do apelo multilateral para um cessar-fogo, não há perspectivas animadoras para o desfecho do conflito. A China pediu o fim da guerra e, nesta sexta-feira, divulgou um documento contendo 12 pontos, entre eles, o fim das sanções econômicas contra a Rússia.
Mas a sugestão chinesa vai na contramão dos países ocidentais que ensaiam exatamente o contrário – apertar ainda mais as sanções contra a Rússia para dificultar a manutenção dos gastos com a guerra.
O governo do Reino Unido proibiu que empresas britânicas forneçam equipamentos militares, peças de aeronaves e outros componentes para Moscou.
Já o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawieck, entregou os primeiros tanques Leopard à Ucrânia nesta sexta-feira em uma visita à capital Kiev para marcar o aniversário de um ano da invasão russa. A Polônia é a primeira nação a entregar efetivamente os tanques avançados para a Ucrânia.
Em um discurso duro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, não alcançará seus objetivos na Ucrânia, um ano após a invasão do país.
“Quanto mais cedo o presidente russo perceber que não alcançará seu objetivo imperialista, maior a chance de que a guerra termine logo. Putin tem isso em suas mãos. Ele pode acabar com esta guerra”, sentenciou o chanceler alemão.