Se for perguntado a um executivo de multinacional qual é a qualidade mais procurada entre os candidatos a cargos de chefia nas empresas a resposta deve ser essa: a capacidade de adaptação. Pelo menos é o que indica o resultado de uma pesquisa realizada pela Harvard Business School com 1.500 executivos de mais de 90 países. Do total de entrevistados, 71% responderam que a facilidade para se adaptar às circunstâncias é a qualidade que eles mais buscam nos líderes.

Outra pesquisa, feita pela McKinsey & Company confirma que a adaptabilidade aumenta em 24% as chances de um candidato ser contratado. E esse é um dos pontos que fazem parte das chamadas “soft skills”, ou seja, as habilidades especiais, que não podem ser mensuradas pelo empregador nas entrevistas, apenas com a prática. Essas competências são tão importantes quanto o conhecimento técnico em alguma área. E são decisivas para uma carreira.

Existem pessoas que preferem manter a rotina por tempo indeterminado na vida. Afinal, sair da zona de conforto pode ser ruim para muitos. Mas, também existem aqueles indivíduos que se autodeclaram “adaptáveis”, ou seja, conseguem sair de uma posição confortável e ir além.

Sair da zona de conforto 

A pandemia do novo coronavírus atingiu todo o mundo e afetou a economia global. Todos tiveram que improvisar e sair da zona de conforto para manter a existência dos próprios negócios, e até mesmo se manter no mercado profissional. Mas, aqueles que não se adaptaram, não conseguiram se manter nos trabalhos.

Facilidade de adaptação cada vez mais valorizada. Crédito: Pexels.

Adaptabilidade x resiliência

Conseguir superar um problema ou um desafio não significa que uma pessoa é adaptável. Isso quer dizer que ela é resiliente, segundo Jacqueline Brassey, cientista-chefe da McKinsey & Company. A pesquisadora explica que ser adaptável é mais que superar algo. “Adaptabilidade significa que você foi além de simplesmente suportar um desafio para prosperar além dele”, explica ela. Ou seja, é saber catalisar uma mudança de forma positiva e proativa.

Essa característica não é só importante para poder ser bem visto aos olhos da chefia, mas para a vida como um todo. Trabalhar a adaptabilidade ajuda a não se estressar com tarefas do cotidiano e saber ver os pontos positivos. “A adaptabilidade não apenas nos ajuda a evitar sermos sobrecarregados, mas também nos ajuda a ser criativos e aproveitar as oportunidades em meio ao caos”, diz Brassey

Stephen Hawking como exemplo

E não só os empregadores afirmam que a adaptabilidade é importante para o meio profissional, mas também um dos cientistas mais influentes do mundo, o britânico Stephen Hawking, que faleceu em 2018. Foi ele quem falou que a “Inteligência é a habilidade de se adaptar à mudança”, escrita no livro autobiográfico dele, ao relembrar o momento em que recebeu o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica, em meio ao doutorado.

Apesar das dificuldades, Hawking não foi apenas resiliente, mas também adaptável. Com isso, conseguiu se tornar um dos grandes nomes da Ciência e importante nome para Cosmologia e Astrofísica moderna. Que tal aprender com ele?