Corte atinge metade dos 7.500 funcionários da rede recém comprada; dispensa por e-mail atingiu base brasileira, que tem 150 funcionários
O multibilionário Elon Musk decidiu demitir metade dos 7.500 funcionários da rede social que ele comprou por US$ 44 bilhões, segundo ele, para melhorar os resultados financeiros da empresa.
A mensagem informava que, na sexta-feira, às 9h00, horário do Pacífico, os trabalhadores receberiam um e-mail com o assunto: “Sua função no Twitter”.
Tal como uma prova fatal de “O Aprendiz”, os funcionários que continuarão na empresa receberão uma mensagem no e-mail corporativo do Twitter com a indicação de que seus empregos estão preservados. Já os demitidos serão notificados em seus e-mails pessoais para que compareçam ao RH da empresa.
“Equipe, em um esforço para colocar o Twitter em um caminho saudável, passaremos pelo difícil processo de reduzir nossa força de trabalho global na sexta-feira”, de acordo com várias versões do e-mail obtidas pelo The Washington Post.
“Reconhecemos que isso afetará a vida de muitos indivíduos que fizeram contribuições valiosas ao Twitter, mas essa ação é infelizmente necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro”, diz o comunicado.
Essa foi a primeira comunicação oficial da equipe de Musk dirigida aos funcionários do Twitter desde que o bilionário finalizou a compra da rede social por US$ 44 bilhões.
Em resposta ao e-mail, dezenas de funcionários do Twitter postaram um único coração azul para se despedir de seus colegas. Os corações idênticos foram postados um após o outro em um longo pergaminho na empresa Slack.
Ainda na quinta-feira, alguns funcionários começaram a perder o acesso a sistemas internos da empresa, como e-mail e serviço de mensagens Slack, e presumiam que haviam sido demitidos.
A notícia sobre a demissão em massa foi rapidamente disseminada no próprio Twitter, inclusive aqui no Brasil, onde se fala na demissão imediata de parte dos 150 funcionários do microblog.
Elon Musk está sob pressão para recuperar o dinheiro que investiu na aquisição do Twitter, valor que ele próprio disse ser “maior do que deveria”. Analistas estimaram o valor real do Twitter em cerca de US$ 25 bilhões.
Musk também fez um empréstimo de mais de US$ 12 bilhões para financiar a compra do site, de acordo com documentos financeiros, pressionando-o a cortar custos e permanecer solvente — diante de pagamentos de juros de aproximadamente US$ 1 bilhão por ano sobre o montante da dívida.