SAÚDE

Dormir bem ajuda a memória e o bem-estar

Durante o sono, o cérebro faz uma faxina geral e elimina alguns dados

Por: Daiana Rodrigues Pereira
Da redação | 5 de agosto de 2022 - 16:29

Durante o sono, o cérebro faz uma “faxina” de tudo aquilo que foi captado durante o dia. O aprendizado é consolidado, e outras informações que o cérebro entende ser inútil são descartadas. Tudo isso ocorre porque, enquanto dormimos, neurônios reduzem a quantidade de sinapses do cérebro. Dessa forma, é feita a limpeza cerebral, mantendo apenas memórias úteis. Por isso, se algum problema que a pessoa vive é de um grau muito importante, o cérebro não irá descartar.

Dormir não irá resolver as adversidades da vida. Porém, uma boa noite de sono pode colaborar para aspectos importantes do dia a dia. A falta de sono prejudica a memória e a atenção.  E, para se atingir o nível saudável, deve-se atentar também para a qualidade do sono.

Segundo Ronaldo Coelho, psicanalista, professor e dono do canal Conversa Psi, no Youtube, entretanto, “a memória não pode ser apagada, somente reconfigurada. E,  quanto mais importante é algo em nossas vidas, mais fortemente fica preso à memória”, explica. Ou seja, se o problema for grave ou impacte de forma intensa a vida do indivíduo, dificilmente será amenizado apenas com uma noite de sono.

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O psicanalista acredita que pode haver uma sensação de que o problema não é tão grave assim após o sono. “A impressão de ter esquecido pode se dar porque no sonho pode haver uma elaboração do conflito ou uma satisfação do desejo. Ou, ainda, os dois ao mesmo tempo, o que é mais comum. E isso pode trazer a sensação de que o problema se foi. Esse é o mecanismo dos sonhos descrito por Freud, em 1900, e que se mantém vivo até hoje diante dos avanços e descobertas da medicina”, diz Coelho.

Há quem acredite que dormir ajuda a esquecer os problemas ou amenizar sentimentos ruins. Embora a ideia possa parecer razoável, não é bem o que acontece. Na verdade, o que ocorre é apenas uma sensação de que a adversidade diminuiu.

Só dormir não adianta

Dormir pode ajudar na solução de problemas

Dormir bem é tão importante quanto alimentar-se corretamente. Foto: Pexels.

Estudo realizado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indica que a quantidade de horas necessárias para o ser humano varia de acordo com a idade. Crianças devem dormir de 10-14 horas por noite; pré-adolescentes e adolescentes entre 8-12 horas; e adultos de 7-8 horas.

A qualidade do sono também é fundamental. Para se atingir o nível saudável, e não prejudicar a atividade cerebral, é necessário atingir o nível REM do sono.

Estágios do sono

Estágio 1: Passamos do estado de acordado para tranquilo;

Estágio 2: Em um estado leve, a respiração, frequência cardíaca e movimentos musculares diminuem. Assim como o número de sinapses;

Estágio 3: Sono profundo. A pessoa dificilmente é acordada. Nesse estágio o cérebro começa a processar as atividades do dia.

Sono REM: Fase do sono em que ocorrem os sonhos. E é aqui que o cérebro processa e armazena as memórias.

Segundo um levantamento feito pelo Centers for Disease Control and Prevention, cerca de um terço dos adultos americanos não dorme o suficiente todas as noites. E 70 milhões têm problemas crônicos de sono. Aqui no Brasil a situação não é diferente. Um estudo realizado pela Consumer Healthcare mostrou que oito em cada dez entrevistados classificaram o sono como regular ou ruim. Esse cenário piorou com o início da pandemia.

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