Como ocorre no Brasil, principais causas são a inflação e o aumento das taxas de juros
Alex Tanzi,
Da Bloomberg
Com Julia Castello, de São Paulo
Relatório divulgado nesta semana pela organização norte-americana, CreditCards, mostrou que mais consumidores dos Estados Unidos estão sobrecarregados com dívidas de cartão de crédito. Cerca de 60% dos devedores dizem que estão em dívida com cartão de crédito há pelo menos um ano, nível bem acima dos 50% registrados em 2021. A parcela daqueles que estão endividados há mais de dois anos também aumentou, de 32% para 40%.
Cerca de um quarto dos entrevistados disse que as despesas do dia-a-dia são a principal razão pela qual eles estão endividados. Quase metade cita uma despesa de emergência ou inesperada, como contas médicas ou reparos em casa ou no carro. Com a inflação excedendo os ganhos salariais, mais famílias dependem do crédito rotativo — aquele que começa a ser cobrado quando o saldo mensal não é pago.
Os mais afetados pelas dívidas, nos Estados Unidos, são jovens entre 20 e 30 anos (Foto: FreePik)
No Brasil, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o cartão de crédito representa 85,3% da causa de endividamento no país. Atualmente, o número de famílias com dívidas atingiu, em agosto de 2022, 79% do total dos lares brasileiros.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o rendimento médio mensal domiciliar por pessoa no Brasil caiu 6,9% em 2021 e passou de R$ 1.454 em 2020 para R$ 1.353, menor valor da série histórica, iniciada em 2012.
O Banco Mundial anunciou recentemente o aumento das taxas de juros feita pelos bancos centrais em todo o mundo, advertindo uma recessão global em 2023.
