Bloomberg

Documento revelado pelo Bank for International Settlements-BIS (Banco Internacional de Compensações) revela que instituições bancárias operando no mercado internacional carregam dívidas que alcançam até dez vezes seu capital. No total, existem débitos que somam U$65 trilhões de dólares, grande parte de difícil resgate, o que ameaça provocar uma nova crise financeira global de proporções ainda maiores do que a registrada em 2008.

“Não está claro até que ponto os analistas estão a par da existência das enormes somas existentes acima das obrigações”, alerta o documento assinado por Claudio Borio, Robert McCauley e Patrick McGuire, pesquisadores do BIS, que chamam a atenção das autoridades financeiras para os riscos existentes.

O alerta do BIS esclarece que a maior parte dos U$65 trilhões em débitos pendentes está relacionada com bancos que operam fora dos Estados Unidos. Esse valor é maior do que o PIB dos EUA (U$20 trilhões) e da China (U$18 trilhões)  – os maiores do mundo – somados.

BIS alerta para a existência de grandes débitos de curto prazo podem desestabilizar o mercado. (Foto:Freepik)

Os débitos se referem, principalmente, a operações com derivativos (papéis de compra e venda que servem tanto para contratos relacionados com produtos, como café ouro, ou no mercado financeiro, como ações, para . conclusão no futuro). Também há grandes quantidades de operações com moedas, como dólar, que vencem a curto prazo, o que pode resultar em turbulência no mercado. De acordo com os especialistas do BIS não pode ser descartada a possibilidade de que uma das partes se veja impossibilitada de cumprir seus compromissos, “o que pode resultar em perdas significativas para alguns operadores, com consequências para o sistema”.

Claudio Borio, chefe do Departamento Econômico e Monetário do BIS, esclarece que existe um grande volume de débitos em dólares, parcialmente  por algumas instituições, o que acaba criando um risco extremamente alto para todo o mercado.

As dívidas começaram a se acumular desde o início da pandemia, em 2019, mas também carregam pendências que permaneceram desde a última grande crise financeira global, em 2008.