Número de casos aumentou nos últimos tempos
Não é de hoje que se ouve falar em bullying nas escolas, empresas e até entre vizinhanças. Mas, de uns tempos para cá, surgiu uma nova forma de assédio: o Bullying remoto. Trabalhadores que são humilhados através de e-mails, redes sociais, reuniões virtuais e até happy hour online, por chefes ou até mesmo colegas que desempenham a mesma função hierárquica dentro da empresa.
Para muitos funcionários, o trabalho remoto proporcionou alívio e maior conforto. No entanto, uma pesquisa do The Workplace Bullying Institute, dos Estados Unidos, mostrou que 43% dos trabalhadores remotos relataram ter sofrido bullying no local de trabalho, principalmente por meio de videochamadas e e-mail. Para 25% das pessoas o trabalho remoto durante o Covid-19 tornou os colegas mais propensos a maltratar uns aos outros.
O Tribunal do Trabalho no Reino Unido, divulgou em 2022: o número de reclamações de bullying atingiu um recorde anual, aumentando 44% em relação ao ano anterior. De acordo com a corte inglesa os incidentes mais relatados são de trabalhadores que foram excluídos de reuniões remotas deliberadamente e colegas de trabalho que utilizam aplicativos de mensagens para fofocar durante as apresentações dos colegas.
O estudo revelou que 35% dos entrevistados sofreram bullying remoto em videochamadas na frente de outras pessoas, o que agravou a situação, “em tempo real, com expressões faciais destacadas pela tecnologia”.
Para a psicóloga e consultora de relações do trabalho, com consultório em Londres, Priyanka Sharma, o ambiente virtual é mais propenso para indisciplina. “Comportamentos de bullying são mais difíceis de serem detectados no local de trabalho digital. Com isso o agressor se sente mais instigado a continuar com a ação agressiva, muitas vezes sem nenhum tipo de represália. A vítima tende a se sentir sozinha por não estar no ambiente corporativo, normalmente, o sentimento é de desamparo”.
Outra pesquisa do mesmo instituto mostrou que, quando o conflito surgia entre colegas, trabalhar remotamente tornava mais difícil resolvê-lo. O estudo também revelou que a maioria das pessoas demonstraram maior vulnerabilidade ao assédio moral no ambiente virtual.