A demonstração de força entre os dois países revela o perigo iminente de um conflito armado na Ásia
A Coreia do Norte disparou pelo menos 23 mísseis sobre áreas próximas à costa da Coreia do Sul. Um dos projéteis cruzou o território vizinho da Coreia do Sul, na Linha do Limite Norte (NLL), que é a demarcação marítima entre os dois países, acirrando ainda mais a relação entre as duas nações asiáticas.
O míssil balístico caiu a 57 quilômetros da cidade sul-coreana de Sokcho, no mar da costa leste.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, disse que a ação militar representou “uma invasão territorial”, a primeira desde que houve a divisão da península coreana, em 1948.
Após a reação, a Coreia do Norte disparou cerca de 100 projéteis de artilharia nas águas perto da fronteira marítima que separa os dois países, de acordo com informações de Seul.
A Coreia do Norte alega que os lançamentos de mísseis balísticos são uma resposta aos exercícios militares que estão sendo realizados pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos, o que Kim Jong-un entende como uma grande provocação.
Na terça-feira, Kim Jong-un alertou que a Coreia do Sul e os aliados pagariam “o preço mais horrível da história” se continuassem seus exercícios militares conjuntos. Essa mensagem foi interpretada como uma ameaça velada ao uso de armas nucleares contra os vizinhos do sul.
Na segunda-feira, um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos chegou à costa da Coreia do Sul para participar de uma série de exercícios conjuntos com a Coreia do Sul, o que irritou o governo de Pyongyang.
A operação militar patrocinada pelos EUA foi chamada de “Tempestade Vigilante”. Ela representa os maiores exercícios que Seul e Washington já realizaram em conjunto, com centenas de aeronaves militares de ambos os lados, para dar uma resposta clara à Coreia do Norte de que haverá resistência em caso de um ataque com armas nucleares.
A Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício (acordo formal em que os dois países em conflito armado concordaram em parar de lutar), Não houve um tratado de paz, o que significa que as duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra.
