Pode admitir: você está escondendo alguma coisa agora de amigos, parentes ou colegas de trabalho
Da infidelidade a problemas financeiros, a lista de segredos que as pessoas guardam ou tentam guardar é longa. Se você está nesta situação, não se surpreenda. Está na companhia de muita gente. Pesquisadores identificaram pelo menos 36 segredos comuns que as pessoas costumam guardar. Em média, 12 para cada pessoa. São assuntos que elas nunca comentaram com ninguém, nem pretendem comentar.
O problema principal é que alguns desses temas estão relacionados com situações que provocaram vergonha ou arrependimento. A questão é que guardar segredos pode ser prejudicial, tanto do ponto de vista físico como psicológico.
Entretanto, de acordo com os psicólogos norte-americanos Michael Slepian e Alex Koch, não é o fato de guardar o secreto que prejudica. Mas é a tendência para ficar ruminando o tema.
Pesquisa desenvolvida por Slepian e Koch, publicada no estudo: “Identifying the Dimensions of Secrets to Reduce Their Harms”, apontou os segredos mais comuns que as pessoas costumam guardar. Entre eles se destacam: a infidelidade, desejos românticos, insatisfação no trabalho e até comportamentos criminosos.
Mas a lista também inclui temas mais comuns. Muitas pessoas preferem não revelar suas preferências políticas ou crença religiosa. Principalmente, quando sabem que ninguém vai concordar com elas. Outros escondem sua situação financeira. De um lado porque contraíram muitas dívidas e, no outro extremo, quem está muito bem financeiramente e não quer que os outros saibam. Da mesma forma, a orientação sexual também costuma ser um assunto muito particular.
Independente de simples ou complexos, os segredos como o próprio nome diz, significa manter ocultado, escondido. E esta ação pode provocar desconforto e outros malefícios para a saúde mental.
(Foto: Pexels)
Muitas vezes quando se tem um problema é normal compartilhar com alguém, ouvir outro ponto de vista ou mesmo receber conselhos de como lidar com ele. Ao ter um segredo, este problema não é compartilhado. Para o mestre em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Filipe Colombini, ao compartilhar problemas, a pessoa tem a oportunidade de ser ajudada e acolhida por conta de suas dificuldades. “Sentimos a necessidade, pois somos seres sociais que precisam do auxílio do outro para se entender. A sensação de ser validado e escutado é de extrema importância, pois nos dá a sensação de estar incluído na sociedade”, afirma.
A neurocientista e autora do livro “Eu controlo como me sinto”, Claudia Feitosa-Santana, explica que ao não compreender algo e não podendo compartilhar com outros o ocorrido, se fica pensando constantemente na tentativa de entender ou resolver o problema. “Esse ruminar é maléfico, pois gera um estresse crônico que por sua vez gera, a depender do tipo de segredo, ansiedade, vergonha, medo, depressão, desconexão, solidão”, destaca.
Em alguns casos, como aponta o psicólogo Filipe Colombini, é necessário pedir ajuda profissional: “Terapia é um espaço de audiência não punitiva, ou seja, o terapeuta está lá para apoiar, ouvir, compreender, analisar, orientar… e não para julgar o que é falado. Ao conseguir entrar em contato com conteúdos passíveis de punição, o paciente começa a sentir mais livre”.
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