TECNOLOGIA

Inteligência artificial promete meio para conversar com parentes mortos

Plataforma do Metaverso pretende imitar contato semelhante aos processos mediúnicos

Por: Mario Augusto
Da redação | 5 de fevereiro de 2023 - 21:10

Em breve, a inteligência artificial do ChatGPT funcionará como uma espécie de médium, permitindo, de alguma forma, o contato virtual com os mortos. A plataforma do Metaverso chamada Live Forever, utiliza dados de parentes falecidos, como voz, padrões de movimento e traços de personalidade para estabelecer uma conversa. É uma forma de “ressuscitar ” os mortos por meio de um Avatar online que dialoga e interage com os parentes vivos. O Metaverso, como se sabe, cria um mundo virtual que tenta replicar a realidade por meio de dispositivos digitais.

Artur Sychov, da Somnium Space, diz que se inspirou a desenvolver o modo Live Forever depois que o pai dele morreu. O projeto visa permitir que humanos enlutados, assim como Sychov, estabeleçam uma forma de contato com aqueles que já faleceram. Na verdade, os robôs de realidade virtual terão condições de imitar uma conversa com a pessoa de interesse. Mas, para isso, é preciso que o familiar interessado no contato virtual tenha gravado os dados do falecido, como voz e perfil, entre outros. A partir desses dados é que a plataforma vai construir o personagem e elaborar os diálogos.

Inicialmente, o empresário previu que a plataforma estaria disponível dentro de cinco anos. Mas, agora, com os recentes avanços da inteligência artificial, ele acredita que em poucos anos as pessoas poderão conversar com um robô de realidade virtual sem perceber que não é uma pessoa real.

Experiência imersiva

Sychov garante que a plataforma será totalmente compatível com headsets de realidade virtual, que permitem uma experiência 3D imersiva dentro do Metaverso. Lá os usuários terão autonomia para construir e criar seus próprios objetos e experiências.

Contato com os mortos, mais uma criação da inteligência artificial

Avatar será alimentado com características físicas e emocionais do ente querido para interagir com os vivos. (Foto: Pexels)

O desenvolvimento ainda não está completo, mas os criadores da Live Forever dizem que os robôs de inteligência artificial têm uma memória de curto prazo capaz de armazenar informações por tempo indeterminado. Eles são capazes de aprender contextualmente por meio de conversas e retem as informações.

No mundo virtual, a IA está em um ambiente mais favorável para aprender, pois também possui uma grande quantidade de dados disponíveis enquanto a máquina aprende ao vivo. “É uma condição perfeita para a IA porque ela pode aprender instantaneamente com cada objeto digital”, disse Sychov.

Numa demonstração da plataforma à imprensa, o robô de inteligência artificial apresentou algumas respostas mecânicas: “Olá, estou indo bem. Como posso ajudá-lo hoje?”. Mas a máquina ​​foi capaz de descrever onde estava e o que viu. “Ao meu redor, posso ver várias pessoas explorando o saguão, um bar, alguns jogos de fliperama, uma ampla seleção de veículos dirigíveis e uma bela vista da Terra a partir do espaço.”

Quando Sychov perguntou ao robô como seu Avatar parecia, o robô respondeu: “Seu avatar está absolutamente incrível. Você está na moda”.

O mais surpreendente do projeto é que o usuário poderá alterar a personalidade do Avatar, tornando-o mais dócil ou rígido, por exemplo, e essa característica será assimilada pela inteligência artificial no contexto da conversa.

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