Países chegam a um acordo de compensação de "perdas e danos", para aqueles que mais sofrem com as mudanças climáticas
Representantes de cerca de 200 países reunidos na Conferência do Clima da ONU, a COP-27, no Egito, concordaram com a criação de um fundo de compensação pelas “perdas e danos” sofridos pelos países mais expostos aos efeitos das mudanças climáticas. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o valor desse fundo e nem os prazos para início dos repasses. Mas acredita-se que deve ficar em torno dos 100 bilhões de dólares sugeridos pelas Nações Unidas.
O acordo, finalizado na madrugada deste domingo, não avançou em medidas para conter as emissões de poluentes, provocadas pelo uso de petróleo, gás e carvão.
O documento menciona a meta estabelecida pela Conferência de Paris, de 2015, quando os países participantes estabeleceram um limite de 1,5 graus Celsius, para o aumento da temperatura média no Planeta, tomando como base os registros da era pré-industrial, na metade do século dezenove.
Se esse limite for rompido, alertam os especialistas, o mundo vai sofrer ainda mais com o impacto de violentas tempestades, inundações, em algumas áreas, e secas prolongadas em outras.
Os países da União Europeia criticaram o fato de que o documento final não estabelece metas para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
A ministra de Energia da França, Agnès Pannier-Runacher, lamentou que não houve avanços no que diz respeito à redução das emissões de poluentes: “O acordo não foi tão ambicioso como a França gostaria”.
Por sua vez, a ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, declarou que a proposta de corte nas emissões “foi torpedeada por um grande número de produtores de petróleo e dos maiores responsáveis pelas emissões”.
A discussão principal se manteve entre os países industrializados, que emitem mais poluentes, e os mais pobres, que mais sofrem os efeitos das alterações no clima, provocadas pelo aquecimento global.
“O resultado ficou muito distante do necessário para as pessoas e para o planeta. Poderíamos ter avançado muito mais”, disse o vice-presidente da União Europeia, Franz Timmerman.