Caminhões com água, remédios, roupas e cobertores cruzam a fronteira e entram em território sírio
Os primeiros seis caminhões da Organização das Nações Unidas, transportando comida, água, cobertores, roupas, remédios, aquecedores e produtos de higiene, entraram ontem em território sírio, cruzando a fronteira com a Turquia. O comboio das Nações Unidas é a primeira ajuda internacional a chegar no local. O número de mortos já ultrapassa a marca de 23.000 pessoas. Além das dificuldades do resgate em meio as toneladas de escombros também existe o desafio de passar pelos grupos rebeldes que controlam o norte da Síria. Em comunicado oficial, a ONU alegou que as estradas estão muito danificadas e por isso o atraso do comboio.
Sem abrigo, sem água, combustível e eletricidade, a Organização Mundial de Saúde teme uma nova tragédia. O risco de um desastre secundário pode causar danos até maiores do que o próprio terremoto. O coordenador de assuntos humanitários da ONU, Martin Griffiths, anunciou que as Nações Unidas estão liberando 25 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta de Emergência para dar apoio urgente na Turquia e na Síria.
O número de pessoas mortas pelo terremoto já superou a última grande tragédia de 1999, quando um tremor igualmente poderoso matou 17.000 pessoas no norte da Turquia.
Guerra Civil na Síria dificulta a situação
A Síria já enfrentava um grande problema interno mesmo antes do terremoto: a guerra civil que se estende por 12 anos na região. O local mais devastado pelo terremoto na Síria foi o Noroeste do país. O território é dominado por diferentes grupos rebeldes que lutam contra o governo do ditador Bashar al-Assad. O conflito já ceifou milhares de vidas e envolveu outras nações como: Estados Unidos e Rússia.
No mapa ao lado é possível visualizar a domínio de cada trecho do território na Síria todos eles atingidos pelos tremores. A cor roxa indica a área controlada pelo Exército sírio, que sustenta o governo de Bashar al-Assad. O amarelo representa um dos grupos rebeldes. A grande área verde é dominada por forças lideradas pelos Curdos, etnia que reivindica a criação de uma nação curda. O laranja representa as forças Jihadistas. E por fim, a parte vermelha representa a fronteira entre o país árabe e a Turquia, região defendida por rebeldes sírios apoiados pelos militares turcos. Toda ajuda que chega no local é obrigada a pedir a autorização dos grupos rebeldes para avançar a fronteira.