A China anunciou um pacote de 1 trilhão de Yuans (US$148 bilhões) para estimular o crescimento econômico, gerar empregos e reduzir os efeitos da crise internacional. O pacote tem 19 medidas, que incluem investimentos em infraestrutura, no combate à seca – que é a mais grave das últimas décadas – e incentivos à Agricultura, especialmente para a produção de arroz.

Em reunião do Conselho de Estado, o primeiro-ministro Li Keqiang afirmou que o governo utilizará todas “as ferramentas disponíveis” para manter o país em rota de crescimento. Entre outros objetivos, o plano visa reduzir o impacto dos lockdowns provocados pela pandemia do Coronavírus e os reflexos da crise dos combustíveis, gerada pela guerra na Ucrânia. As medidas também deverão mirar os estragos deixados pela crise do setor imobiliário, que afetou os bancos e investidores, após uma onda de especulação e super valorização dos imóveis.

Diante da seca prolongada que afeta diversas regiões do país, o governo está empenhado em aumentar a produção agrícola nas áreas menos atingidas, na tentativa de contrabalançar as perdas e evitar o fantasma da fome. No século passado, na era de Mao Tsé-Tung, milhões de chineses enfrentaram o pesadelo da fome e muitos morreram por isso ou por doenças associadas à falta de alimentos.

Governo chinês injeta bilhões para turbinar economia. Crédito: China Daily.

Com esse pacote de medidas, o governo chinês espera chegar a um crescimento de 5,5% do PIB nesse ano, embora economistas ocidentais calculem que, na melhor das hipóteses, o índice deve ficar em torno de 4%. Muito pouco para um país que até pouco tempo exibia algumas das maiores taxas de crescimento do mundo, entre as grandes potências – 8,08% em 2021 – o que permitiu tirar da pobreza centenas de milhões de pessoas, incluídas no mercado de consumo.

Após décadas de rápido crescimento, que levaram o país a se tornar a segunda maior economia do mundo, com um PIB de US$14.7 trilhões, para US$20.8 trilhões dos Estados Unidos, houve uma desaceleração provocada, principalmente por favores externos. Atualmente, a taxa de desemprego, segundo os números oficiais, é de 5.5%, nas áreas urbanas, mas entre os jovens de 16 a 24 anos, alcança 19.8.